Liberais e conservadores devem polarizar debate em MS

Com três ‘conhecidos' nas melhores posições, a pesquisa sobre intenção de voto para prefeito de gerou centenas de comentários nas redes sociais. A maioria, de críticas aos pré-candidatos que despontam, Marquinhos Trad (PSD), Alcides Bernal (PP) e André Puccinelli (PMDB) . Para o cientista político Eron Brum, é indício de que eleição deste ano deve reservar surpresas.

Para Brum, as opções do eleitor se prendem a quem está em evidência neste momento. “Não podemos nos esquecer que a revolta com a corrupção é com políticos e governantes, por isso as pessoas viram um pouco as costas (à campanha), mas isso vai dissolvendo um pouco até as eleições”, analisa.

Chamou a atenção do levantamento divulgado pelo Jornal Midiamax o alto número de eleitores indecisos e brancos e nulos, que juntos somam quase 30% dos pesquisados.

Para o cientista político, esta indefinição deve se manter até mais próximo do pleito, e será maior ainda este ano em virtude da revolta da população diante dos inúmeros casos de corrupção no país.

“Houve uma cobertura muito maciça da mídia com os escândalos”, pontua. Para ele, este ano existe possibilidade do surgimento de um candidato ‘estranho no ninho'. “Como aconteceu com o Fernando Collor, tinha um percentual baixo nas pesquisas, mas que venceu com um lema de caça aos marajás”, afirma, ensejando a possibilidade do aparecimento de um ‘caçador de corruptos' para disputar a sucessão de Alcides Bernal (PP).

Nos comentários na rede social do Jornal Midiamax houve pouca manifestação de apoio aos candidatos. “Quem é o menos pior? Ta difícil”, disse um leitor. Os primeiros colocados foram os mais visados pelos críticos.

“Esse Bernal foi o segundo pior prefeito de Campo Grande e ainda tá nas cabeças?”, disparou um. “Marquinhos Trad irmão do Nelsinho ‘Solurb' Trad é a volta da máfia que destruiu Cpo Gde Ms” (sic) disse outro. “Puccinelli deixou uma marca registrada um Aquário super faturado. Sem contar as outras fraudes… realmente o campograndense mostra-se tolerante a corrupção e ao coronelismo… lamentável (sic)”, frisou um cidadão que certamente não votará no ex-governador.

 Essa visão pessimista da política, não só em Mato Grosso do Sul, mas em todo o país, é fruto, segundo o cientista político, de uma ‘situação anômala na política eleitoral'.

Na opinião do cientista político, as eleições deste ano podem reservar surpresas positivas para políticos conservadores e considerados ‘de direita', uma vez que o governo petista que comando o país, e que nasceu no movimento sindical, mais alinhado ‘à esquerda', foi, segundo Eron, ‘bombardeado' por denúncias de corrupção.

“Isso fortalece pessoas de direita. Poderemos e deveremos ter surpresa na ala conservadora”, pontua. Para o professor, a dualidade entre ‘liberais e conservadores', comum em alguns países europeus, poderá repercutir, de forma semelhante, no Brasil.