Magistrado vai esperar todos serem notificados

O juiz de 1º Grau, Marcelo Ivo de Oliveira, manteve bloqueio de bens do ex-prefeito de , Nelson Trad Filho (PTB) e outras 20 pessoas em R$ 315 milhões e deu efeito devolutivo aos agravos ingressados por eles para que a decisão fosse reformada. O magistrado esclareceu que somente após todos os denunciados receberem as intimações e apresentarem manifestação por escrito haverá analise dos pedidos.

“Mantenho, por ora, o posicionamento deste juízo, o que será reanalisado no momento do recebimento ou não da inicial, o que será efetuado após todos os requeridos serem notificados para apresentar manifestação escrita, o que ainda não ocorreu, ocasião em que haverá, também, deliberação acerca dos pedidos de reconsideração já apresentados nos autos por alguns dos requeridos”, diz nos autos.

Entre os que solicitaram reforma da decisão estão Nelsinho, Abimael Lossavero, Bertholdo Figueiro Filho, Gerson Nina Prado, Uilson Domingos Simioli e a Selco Engenharia Ltda. Eles também tentam reverter a situação com ações em segunda instância.

Denúncia

As investigações sobre suspeita de corrupção no serviço de manutenção das vias públicas de Campo Grande levaram a justiça a decretar a indisponibilidade de R$ 315 milhões em bens de 21 investigados. Estão na lista o ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho, os ex-secretários de Obras, João Antônio de Marco, Semy Ferraz e Valtemir Alves de Brito, além de servidores e empreiteiros.

Segundo o despacho, estão com bens indisponíveis Sylvio Cesco, João Parron Maria, Bertholdo Figueiró Filho, Elisas Lino da Silva, Fátima Rosa Moral, Ivane Vanzella, Vera Lúcia Ferreira Vargas, Selco Engenharia, Uilson Simioli, Denis Simioli, Gerson Nina Prado, Abimael Lossavero, Caio Trindade, Luziano Neto, Usimix Ltda, Paulo Roberto Álvares e Michel Issa Filho.

A determinação atende a solicitação feita pela força-tarefa criada pelo Ministério Público Estadual após estourar a Operação Lama Asfáltica, realizada pela Polícia Federal em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e o MPF (Ministério Público Federal).

Isso porque, segundo os promotores de Justiça, houveram atos de irregularidades na contratação de pequeno grupo de empresas, danos que custaram ao erário mais de 372 milhões até janeiro de 2015. Somente a Selco abocanhou R$ 28,7 milhões até junho do ano passado, todos devido a obras do tapa-buracos feitos em Campo Grande. Ao todo, foi calculado um prejuízo de R$ 22 milhões nos serviços e superfaturamento de 88% do valor cobrado pelas empresas.