Telões foram montados na praça Ari Coelho e em frente ao MPF
Manifestantes a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousefff (PT) já começaram a montar os telões para transmissão ao vivo da votação na Câmara dos Deputados, que irá decidir se a denúncia de crime de responsabilidade será aceita. A votação está marcada para às 13h, no horário local.
O movimento Chega de Impostos, de oposição ao governo, está montando o telão em frente ao MPF (Ministério Público Federal), onde estava acampado desde o dia 17 de março. Já a Frente Brasil Popular, que reúne 40 movimentos sociais, políticos e sindicais contra o impeachment, está se reunindo na praça Ari Coelho, onde também fará a transmissão.
Nenhuma das duas organizações possui um número exato de manifestantes que aparecerão para acompanhar a votação. A Frente Brasil Popular estima que cerca de 1500 manifestantes passarão pelo local ao longo do dia. O movimento Chega de Imposto é mais confiante: 10 mil pessoas.
Selma Mourão, do Chega de Impostos, pontua que é dever de um movimento social de oposição se manter como constante vigilante dos demais governos “Nosso objetivo é cobrar os políticos. Nós os elegemos, agora temos que cobrar”.
Ao ser questionada sobre caso aparecem militantes pró-governo no local, ela disse que não iriam impedir. “Nós somos da paz. Muitas vezes vêm nos provocar dizendo que não trabalhamos. Ficamos até indignados mas a orientação é não confrontarmos e ficarmos quietos”.
Ricardo Castilho, do mesmo movimento, no entanto reclama das pessoas que ficam acomodadas e não participam dos movimentos. “Os brasileiros acabam querendo ‘terceirizar’ a cidadania. Acha que um simples curtir/compartilhar tá fazendo alguma coisa. Na verdade fazer a sua parte é doar um pouco do seu tempo e se manifestar de verdade”, diz.
Já Ana Cláudia Salomão, da Frente Brasil Popular, explica que os participantes começaram a chegar na noite de sábado (16), onde fizeram uma ‘virada democrática’ com programações culturais, café coletivo e agora a montagem do telão. “A nossa meta é permanecer mobilizado. Nós percebemos que a cada dia aparecem mais pessoas de forma espontânea se manifestando contra o golpe. Não somos contra o impeachment, somos contra este em específico, que não tem fundamento legal”, diz.
Mario Fonseca, coordenador da Frente em Mato Grosso do Sul e presidente estadual do PCdoB, ponderou que esse movimento não deve se confundir com um apoio à presidente. Segundo ele, a Frente reúne diversos movimentos sociais e políticos, que podem ser mais próximos ou mais afastados do governo federal. “Este é um movimento suprapartidário. São dezenas de militantes, artistas, professores, intelectuais que organizaram esse movimento para defender a democracia”.
(Com supervisão de Mayara Sá)