Ele foi o último depoente da CPI dos Combustíveis nesta terça

O gerente da Petrobras em Campo Grande, Marcos Antonio Barbosa, disse em seu depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis, na tarde desta terça-feira (24), que pode existir diferença de preços base no Estado, mas ele justifica que seria por uma bonificação por fidelidade ao dono do posto. A CPI investiga o por que da diferença de preços em postos da Capital e no interior de Mato Grosso do Sul.

“Pode existir diferença de preços base no Estado, por que depende de posto pra posto, de caso pra caso, ou seja, existe uma bonificação por desempenho, por fidelidade. A cada período a gente bonifica o dono do posto com um determinado benefício. É normal ganhar mais em um e menos no outro”, disse o gerente.

O presidente da comissão, deputado estadual Beto Pereira (PSDB), questionou o gerente sobre a margem de lucro e Barbosa respondeu “aqui em Campo Grande não temos nem 5% de margem de lucro”, resumiu o gerente. Ele veio de São Paulo e está há 24 dias no cargo.

“Esse ano vai ser impossível alcançar um lucro por que está muito difícil alcançar o mesmo volume de venda do ano passado”, concluiu Marcos Barbosa ao final da oitiva. Ele não quis falar com a imprensa.

Um pouco antes, quem falou para a CPI, foi o gerente da Simareli, Luiz Antonio da Silva e ele afirmou que oferece preços diferentes a postos de Campo Grande, dependendo do investimento que já tenha feito em determinado posto. “A negociação é diferente, dependendo do investimento que eu já fiz naquele posto ou não”.

Ele disse que existe uma guerra de preços em Campo Grande. “Eu vendo o mesmo combustível por uma diferença de até R$ 0,05 centavos de posto pra posto. Teve posto que eu vendi pra um empresário, dono de 2 postos, sem valor em cima do preço custo. Trabalhei com margem zero. Tive que fazer um diferencial pra ele não quebrar, afirmou o gerente. Desconheço preço base diferente de Campo Grande pra outras cidades. O que difere é o frete, apenas”, concluiu o gerente.

Andamento da CPI

A previsão é que os trabalhos da CPI encerrem no dia 10 de junho. Segundo Beto Pereira todos os documentos necessários já foram requisitados. “Já fizemos as requisições de documentos necessários. Agora estamos fazendo as últimas oitivas. O relator terá no fim a análise documental e oitiva, por que nosso objetivo foi apurar a margem de lucro praticada nos postos da cidade. A previsão é que possamos apresentar um relatório conclusivo até o dia 10 de junho”.

Sobre os resultados, o presidente afirma que vai ser possível analisar se há cartel ou não. “Quanto a possibilidade de resultados, vejo que com isso podemos averiguar a formação ou não de cartel e cobrar investimentos do Governo Federal. O Sinpetro solicitou que a CPI ouvisse a Marcia Valeria Coninck, gerente da Taurus, mas foi dispensada, por achamos desnecessária”.

A CPI dos Combustíveis foi criada em 03 de novembro de 2015, com o objetivo de investigar eventuais irregularidades nos preços praticados na distribuição e comercialização de combustíveis em MS. Já foram realizadas 12 sessões, seis oitivas e colhidos depoimentos de 11 pessoas.

A Comissão é composta pelos deputados Beto Pereira (PSDB) como presidente, João Grandão (PT) como vice-presidente, Maurício Picarelli (PSDB) como relator. Também são membros titulares os deputados Angelo Guerreiro (PSDB) e Coronel David (PSC).