Cláudia e Danielle serão investigadas sob a tutela do juiz federal Sérgio Moro
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado pelo recebimento de propina em contas na Suiça, teria possibilitado à esposa e filha compras de luxo no exterior com dinheiro da corrupção. Cláudia Cruz e Danyelle Dytz teriam gasto um total de US$ 86 mil (R$ 314 mil) com marcas de renome como Dior, Chanel, Louis Vuitton e Balenciaga, aponta denúncia da Procuradoria Geral da República.
O processo da Lava Jato que incluía Cláudia e Danyelle corria sob a investigação do Supremo Tribunal Federal, mas por manifestação do procurador-geral da República, Ricardo Janot, passou para a tutela do juiz Sérgio Moro, já que ambas não possuem foro privilegiado.
Apesar de constar nos documentos bancários suíços como “dona de casa”, Claudia Cordeiro Cruz teria exorbitado gastos como US$ 7.707,37 na loja da Chanel em Paris e US$ 4.497,38 na loja da Prada em Roma, conforme contabilizou Janot, que subscreve as denúncias. Danielle Dytz não ficaria para trás, gastando US$ 5.243,00 na Chanel nos EUA, por exemplo.
A investigação aponta que Claudia é a única titular da conta Kopec, na Suíça, da qual sua filha, Danyelle, aparece como beneficiária. Outros gastos de grandes valores em restaurantes, hospedagens e viagens também são contabilizados na investigação, que corre agora nas mãos da força-tarefa da Operação Lava-Jato.
“Todos estes valores foram pagos com parte do dinheiro de propina recebido por Eduardo Cunha”, diz a denúncia, se referindo aos valores gastos pelo presidente da Câmara, sua mulher e sua filha. “As despesas pagas em cartão de crédito com as quantias ilícitas recebidas podem se verificadas nos extratos dos cartões de créditos da Corner Card. Referidos extratos demonstram despesas completamente incompatíveis com os lícitos declarados do denunciado e de seus familiares.”
A defesa de Cláudia afirma que ela nada tem a ocultar, que já apresentou as declarações de seus bens e está à disposição da justiça para esclarecer tudo o que for necessário. (Com acompanhamento de Wendell Reis)
