Advogados alegam que processo está incompleto

Após negativa do desembargador Luiz Cláudio Bonassini para dilação do prazo de entrega de defesa prévia à ação da Coffee Break, os advogados do empresário João Amorim alegam que o processo será incompleto e, portanto, não há como tecer peça defensória. Eles reivindicam partes do conteúdo, entre eles, o da Operação Adna, investigação que deu origem à Coffee Break.

Nos autos são dados exemplos de partes que não constam no ação, mas que serviram de alicerce para as acusações do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul). “Veja, Excelência, que a Defesa foi intimada para apresentar sua Defesa Prévia sem ter acesso à integralidade da prova produzida durante a investigação. Repita-se: pela superficial análise que foi possível se fazer nesse curto espaço de tempo, constatou-se a ausência de diversas mídias utilizadas para embasar a presente acusação”.

A defesa do dono da Proteco Construções já havia tentado mais tempo para apresentação da prévia sob argumentação de que o MPE-MS teve mais de nove meses para concluir a apuração e entregar denúncia, por isso os réus precisariam de pelo menos três meses para se defenderem. Bonassini negou. Disse que agora não é necessário aprofundamento, tendo em vista que a fase é de aceitar ou não a ação.

Agora os advogados querem que a Justiça determine ao Ministério Público “que junte aos autos a integralidade da prova produzida durante a investigação, incluindo-se, necessariamente, todas as mídias digitais que a integram: CDs, DVDs, pendrives etc., incluídas também eventuais mídias aqui não listadas mas que, por óbvio e pelos motivos já expendidos, devem ser anexados aos autos antes da apresentação da Defesa Prévia”.

O desembargador já deu respaldo à solicitação e determinou que a o órgão certifique se há dados que não foram acrescentados ao processo e havendo “quais das mídias referidas pela petição não foram transcritas, inclusive da ‘Operação ADNA’”.

A Operação Adna investigou o vice-prefeito de Campo Grande afastado, Gilmar Olarte (Pros) e seu ex-assessor Ronan Feitosa. De acordo com a apuração a dupla prometia vantagens e cargos no Executivo para conseguir dinheiro e cheques emprestados de terceiros. Ambos são réus no caso conhecido como ‘cheques em branco’.