Trad diz que abriu mão de imóveis para famílias que invadiram

Três vereadores eleitos pelo PSDB  ingressaram com representações junto ao Juízo Eleitoral, Procuradoria Regional Eleitoral e Receita Federal  sobre 5 terrenos que o candidato a prefeito, deputado estadual Marquinhos Trad (PSD), não declarou à Justiça Eleitoral. Segundo eles, a omissão dos terrenos nas declarações de patrimônio do candidato nos anos de 2005, 2010 e 2014 configuraria falsidade ideológica.

Lívio Leite, João Cesar Mattogrosso e André Salineiro alegam que receberam denúncias e a partir delas foram atrás das informações. “Somos homens públicos e como vereadores fizemos esse pedido para que a população tenha conhecimento”, disse Lívio, o único dos três que já exerce a função de vereador. Eles estavam munidos de cópias autenticadas das certidões dos terrenos.

A representação objetiva que seja apurado o suposto ilícito eleitoral praticado pelo representado e oferecida denúncia à Justiça Eleitoral, ante a probabilidade de indícios de autoria e enquadramento da conduta de Marquinhos Trad nos crimes contra ordem tributária..

Três terrenos estão localizados no Jardim Noroeste, sendo que um também pertence ao ex-prefeito Nelson Trad Filho (PTB), dois no bairro Nova e o outro no Jardim Futurista. Os denunciantes não falaram sobre valores.

Marquinhos declarou R$ 1,4 milhão em bens, segundo dados da Justiça Eleitoral, e realmente não constam os imóveis listados na denúncia. O candidato, por sua vez, diz que abriu mão dos imóveis para famílias que ocuparam e pediram usucapião.

Conforme a advogada de Marquinhos, Jacqueline Hildebrand, de fato existem terrenos no Jardim Noroeste que foram adquiridos ainda por Nelson Trad, pai do deputado, mas que acabaram invadidos no final da década de 1980. “Mais de 15 famílias moram por lá há mais de 15 anos e há ação por usucapião”, diz Jacqueline.

“É uma quadra inteira e nela estão os terrenos que foram deixados pelo Nelson Trad. À época da compra o Marquinhos e o Nelsinho ainda eram crianças. Hoje, corre um processo por usucapião e nós não respondemos, por isso só está faltando a sentença do juiz favorável a essas famílias”, explicou.

Segundo Marquinhos, a invasão ocorreu em 1988 e ele não quis tirar as pessoas de lá. “Eu dei (os terrenos) para os caras. Foram invadidos e eu deixei. Esses terrenos não são mais meus, inclusive tem ação correndo na Justiça de usucapião contra mim e eu já os dei para o pessoal”, afirma Trad.