Presidente afastada voltou a usar tese do golpe e discurso parecido com todo processo

Presidente Dilma Rousseff (PT) fez declaração à imprensa no Palácio do Planalto rodeada por ministros e aliados políticos na manhã desta quinta-feira (12), primeira após resultado positivo ao afastamento temporário da presidente na votação do Senado Federal. A presidente iniciou seu discurso dizendo que foi eleita por 54 milhões de brasileiros e brasileiras.

“Desde que fui eleita, parte da oposição inconformada pediu recontagem dos votos, pediu a anulação das eleições e passou a conspirar abertamente pelo meu impeachment”, disse a presidente. “Meu governo tem sido alvo de incessante sabotagem para forjar ambiente propício ao golpe”.

A presidente afastada voltou a reforçar o uso da palavra “golpe” ao se referir ao processo de seu impeachment, categorizando-o como frágil juridicamente. Ao falar sobre as acusações de crime de responsabilidade fiscal, Dilma disse que pode ter “cometido erros, mas não crimes”.

Dilma afirmou que o governo do vice-presidente Michel Temer, que tomará posse da presidência ainda nesta quinta-feira, será o responsável pela continuidade da crise econômica no Brasil. A presidente afastada disse que Temer não possui nenhum apoio da população, que foi eleito por uma espécie de eleição indireta. Durante o discurso, o presidente Temer tinha acabado de ser notificado oficialmente da decisão do Senado.

Dilma também fez referência a ditadura e a sua luta contra o câncer, dizendo que teve várias lutas em sua vida e que agora passava pela “inominável dor da injustiça”. A presidente afastada também afirmou que nunca imaginou “que seria preciso lutar de novo contra um golpe em nosso país”.

Em conclusão de seu discurso, Dilma pediu que manifestantes favoráveis ao seu governo continuassem militando pela anulação do processo de impeachment. “Vamos mostrar ao mundo que há milhões de defensores da democracia em nosso país”, disse a presidente afastada. “A democracia é o lado certo da história. Jamais vamos desistir, jamais vou desistir de lutar”, concluiu. A governante afastada saiu do palácio do Planalto ao grito de “Dilma, guerreira da pátria brasileira” de parte dos presentes na plateia.

(Sob Supervisão de Ludyney Moura)