Segundo Prefeitura, contratos teriam sido firmados na gestão de Gilmar Olarte

Na lista que o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) entregou ao Gaeco (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado) nesta quarta-feira (14), estaria relacionados os nomes de possíveis “funcionários fastamas” mantidos pela Prefeitura através de convênios com a e , entidades investigadas por crime organizado. Segundo ele, os nomes foram detectados pela atual administração.

De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, o levantamento teve início quando Bernal reassumiu a administração municipal em 2015, e na lista, constariam nomes contratados na época do ex-prefeito Gilmar Olarte. As informações são de que o atual prefeito foi quem procurou a sede do Gaeco, sem qualquer tipo de notificação ou intimação para tal. No material, também constariam nomes de pessoas já demitidas pela prefeitura, na atual gestão, por suspeitas de irregularidades.

A reportagem do Midiamax tentou contato com assessoria do MPE para tentar detalhes sobre a lista, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. 

Ontem (13), três mulheres foram presas temporariamente, resultado da Operação Urutau, que investiga irregularidades nos convênios da Prefeitura com as entidades assistenciais. Entre as prisões, está a da presidente da Omep, Maria Aparecida Salmaze e de uma contadora da Seleta.

O juiz Mário Esbalqueiro Jr também autorizou e foram cumpridos mandados de busca e apreensão e conduções coercitivas, como resultado de investigações em andamento no Tribunal de Justiça.

Também tramita em juízo pedidos de quebra de sigilo telefônico, escuta autorizada e ação controlada. Consta do processo que a quebra de sigilo bancário e fiscal trouxeram informações que reforçam a movimentação milionária sob apuração, com fortíssimos indícios de crimes reiterados.

O MPE (Ministério Público Estadual), por meio do Gaeco, vem investigando a atuação criminosa de pessoas ligadas direta ou indiretamente a uma secretaria municipal da Capital, com a utilização de convênios com duas entidades, a OMEP e a Seleta, que mantém convênios com a Prefeitura.

Segundo o MPE, recibos de prestação de serviços nos CEINF’s (Centros de Educação Infantil) em valores elevados não retratavam serviços efetivamente prestados. A existência de funionários fantasmas seria outra irregularidade.

As apurações mostram também que alguns investigados possuem histórico de viagens internacionais e padrão de vida incompatível com a remuneração que recebem. Dados levantados pelo Gaeco apontam a contratação cruzada para beneficiar a diretoria da Seleta e da Omep. Relatório da Prefeitura da Campo Grande em 2013 mostra os pagamentos “cruzados” para burlar a previsão de trabalho voluntário na direção das entidades.