Dados mostram alto índice de abstenções e votos brancos e nulos

Nas ruas de , faltando pouco mais de dois meses para o primeiro turno das eleições municipais, a população se mostra bastante desacreditada com os políticos de modo geral e o tema ‘política’ provoca reações bem negativas, tanto que a última pesquisa do Instituto , encomendada pelo Jornal Midiamax, registrou que praticamente 30% dos eleitores estão indecisos ou dispostos a votar em branco ou nulo.

Alguns, ao serem abordados pela reportagem, sequer quiseram opinar sobre o tema. Entre os que falaram, a maioria espera que a operações policiais, como Lama Asfáltica e Lava Jato, que vem ocorrendo faça com que este pleito seja totalmente diferente, com grandes mudanças, além de eleitores conscientes e críticos.

A artesã Argentina Conceição, 51 anos, está animada em votar, mas acredita que agora vai ser diferente. “Nunca pensei em não votar, mas realmente pra mim esta eleição será o oposto das demais. Com estas operações que antes não víamos, a população está mais consciente e critica. Antes não se via prisões, por exemplo, que hoje estamos vendo. O eleitor sem dúvida vai pensar mais na hora de exercer seu voto”.

Tatiana Batista, 31 anos, fiscal de limpeza, não demonstra a mesma animação para votar, mas diz que é um dever para poder cobrar depois. “Política não é um assunto que eu gosto e dessa forma não acompanho muito, mas temos que votar, é nosso dever de cidadão e nos dá direito de cobrar depois. Mesmo com estas ações da polícia que antes não se via, infelizmente muita gente vai pela cabeça dos outros e não pensa na hora do voto”.

O professor Pedro dos Santos, 43 anos, acredita em uma eleição consciente. “Para mim, após essas operações, o eleitor vai analisar mais o seu candidato e pensar bem antes do voto. Precisamos de uma mudança geral e estou nesta expectativa”. O também professor José Wilson Santos, 40 anos, destaca que espera haver mudança, mas não acredita muito. “Infelizmente a maioria dos brasileiros tem a de não perder o voto e acabam votando em quem está na frente das pesquisas. Por mais que tenham motivos para grandes mudanças, na hora H não coloca em prática sua revolta”.

O vendedor José Falcão, 58 anos, afirma que se não fosse obrigado não votaria. “Estou totalmente desacreditado com a política que só voto por que é obrigado. A situação de modo geral esta muito complicado e a população é quem paga. É muita corrupção e roubalheira”.

A pensionista Marcia Santos, 56 anos, disse que está pensando seriamente em anular seu voto. “Nunca fiz isso, mas estou analisando a opção de anular meu voto, por que não quero participar dessa roubalheira. Todos que entram, no início parecem que são diferentes, mas depois acabam roubando e não fazendo nada pela população”.

Números

Votos nulos e brancos somam 18,41% do levantamento, enquanto indecisos são 10,70% dos entrevistados. Juntos os números são suficiente para mudar qualquer cenário eleitoral. Efeito que pode ser reflexo do descontentamento da população com a esfera política em ano de inúmeras operações e crise econômica.

Eleições passadas

Nas eleições de 2012, na disputa pela sucessão do de Campo Grande, foram um total de 433.139 (94,66%) votos válidos, dentre eles, 9.443 (2,06%) brancos, 14.982 (3,27%) mulos e 104.066 (18,53%) de abstenções. Em 2008 quando havia 509.910 eleitores aptos, 429.991 (84,32%) compareceram, sendo 404.460 (79,31%) válidos, 16.309 (3,1%) nulos, 9.222 (1,8%) brancos e 79.919 (15,6%) abstenções.

De acordo com dados do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de ), atualizado em 30 de junho de 2016, Campo Grande possui um total de 595.174 eleitores, entre homens e mulheres. Vale ressaltar que estas pesquisas DATAmax foram feitas recentemente e as eleições ocorrem somente em outubro, ou seja, devem ocorrer alterações.

Ao todo foram entrevistadas 804 pessoas em Campo Grande e a margem de erro aos percentuais é de 3.5 pontos para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. As sete regiões da cidade foram ouvidas: Anhanduizinho, Bandeira, Centro, Imbirussu, Lagoa, Prosa e Segredo. A amostragem foi feita entre os dias 25 e 30 de junho com registro no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) no dia 27 do mesmo mês. O número de protocolo é MS-03822/2016.