Ele está há 32 anos na legenda

Em meio a escândalos e prisões recentes envolvendo petistas de todo o país e também de Mato Grosso Sul, assim como a queda considerável de eleitos na eleição deste ano no Estado, o deputado estadual não descarta a possibilidade de trocar de sigla, mesmo após 32 anos de filiação. Ele diz que a legenda deve dar as respostas sobre fatos envolvendo o PT e se impor quando é citado.

Ainda segundo o parlamentar, este é o momento mias difícil do partido. “Dos 36 anos do PT, este é o momento mais difícil da história do partido. Estou há 32 anos no partido e sem dúvida este é o mais complicado por que a própria direção do partido, a nível municipal, estadual e nacional, na minha oposição, meio que bate cabeça na busca de um rumo que aponte uma saída para esse momento com relação ao partido. Isso é ruim, muito triste, gera instabilidade para as lideranças, os filiados da sigla e para a sociedade”.

O parlamentar, que o líder da bancada petista da ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) diz ser difícil retomar o nome do partido. “Acho difícil fortalecer o partido. Isso levará anos. Vou até a direção regional na outra semana, depois do feriado, para expor toda minha opinião e reflexões, até para saber se vão fazer isso ou não, se fizerem eu tenho total direito de me sentir a vontade para ver o que eu farei com o meu futuro politico”.

Ao ser questionado se tem a possibilidade de trocar de partido, ele diz que é uma possibilidade. “Eu nunca aventei isso na minha vida, por ter ajudado a criar praticamente o partido, por acreditar em sua defesa ao trabalhador e mais vulneráveis, mas a reflexão que eu faço é se o parido vai dar as respostas e tomar as decisões que penso que sejam necessárias. De repente pode ser que eu tenha outro caminho que a gente consiga consiga ter mais força para defender as convicções”.

Cruz enfatiza que deve ser analisado os recados dados ao PT. “Acho que deve ser pensado sobre todos os recados dados ao PT, não só nas urnas mas a postura do próprio eleitorado. Todos os partidos tem problema, mas precisa que naquilo tange a ele dar resposta ao fato”.

“O PT tem que no caso de comprovação de envolvimento de algum membro do partido tomar uma atitude e posição, sendo o caso até expulsar determinada pessoa, mostrando assim para a sociedade que está fazendo algo no sentido de continuar com a postura e o seu discurso da ética. Isso as vezes deixa a desejar. E o PT não da resposta rápida”, enfatizou Amarildo.

Ele citou o caso do ex-senador Delcidio do Amaral. “No caso do Delcídio que foi gravíssimo, mas que também é um processo em andamento, o presidente nacional suspendeu a filiação sem consultar as demais lideranças e posteriormente ele pediu desfiliação. Então é uma sucessão de erros. Eu acho que onde tem condenação o PT tem que mostrar que não compactuamos com determinadas posturas e com o desvio ético dentro da legenda”.

“Do ponto de vista de que eu vou fazer pra frente pode ser que haja outra alternativa que possa considerar, em função de poder ajudar e continuar com meu mandato e fazer a defesa disso tudo. Se eu resolver parar com a política eu não teria motivo para sair do PT, mas é uma estrategia”. Daqui dois anos tem eleição né? “Lógico e tem que ter planos e estratégias para isso”, concluiu o deputado.