MPE-MS é colocado em xeque

Depois de citar o poeta inglês William Shakespeare na defesa do vereador Mario Cesar, o advogado Renê Siufi usou um versículo da Bíblia para questionar o MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) na peça em que representa o legislador Edil Albuquerque (PTB) na ação da Coffee Break.

Grande parte das defesas dos vereadores denunciados lembram da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote que pontuou supostos crimes cometidos pelo prefeito Alcides Bernal (PP), culminou na Processante e consequente cassação do mandato em março de 2014. No entanto, alguns detalhes chamam atenção.

Depois de elencar títulos e links de matérias relativas aos ‘fracassos’ de Bernal, bem como as infrações detectadas pelas comissões, o advogado coloca em xeque a versão dos fatos relatados pelo MPE-MS nos autos e questiona, “A quem serve o Ministério Público? Quem é atualmente o seu Senhor? Como dizia São Mateus (6:4) ‘Não se pode servir a um tempo a dois senhores’”.

Assim como nas defesas de Mario Cesar e Paulo Siufi, aponta a mudança de posicionamento do então vereador Paulo Pedra (PDT) que votou pela abertura da Comissão do Calote “e depois mudou de opinião, após Bernal ceder cargos ao seu partido”, diz referindo-se à nomeação de Dirceu Peters como diretor-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) em 23 de dezembro de 2013, três dias antes da primeira sessão de julgamento do prefeito.

No dia 26 daquele mês a Câmara chegou a dar início à sessão, mas foi interrompida antes do término da leitura do relatório da Processante, por força de liminar. O chefe do Executivo foi julgado, então, no dia 12 de março de 2014 e acabou cassado.

Contudo, o advogado alega que a mudança de posicionamento faz parte da coalização política, porém questiona o motivo de ser interpretado de forma diferente quando vem dos vereadores de oposição.