Segundo o deputado, se Dilma sair, o próximo será Eduardo Cunha

Para o deputado estadual Cabo Almi (PT-MS), a aprovação na Câmara Federal, do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), é resultado de um conjunto de ações cometidas pelo governo petista. Segundo ele, este é um momento de reflexão em função da demonstração de descontentamento por parte da população nas ruas e falta de credibilidade que está atualmente o governo federal. O processo foi aprovado por 367 votos favoráveis, 137 contra e sete abstenções, pelos deputados federais.

“O resultado desse domingo, foi em função do conjunto de fatos que vem ocorrendo com o governo federal e em resposta as manifestações das ruas. Passamos por aumento do desemprego, problemas na economia, o surgimento da Operação Lava Jato, prisão de Delcídio do Amaral, sua delação, a prisão de Lula, a tentativa de nomeação do ex-presidente como ministro da Casa Civil. Tudo isso fez com que nosso trabalho, do PT de modo geral, ficasse mal visto e a base esfacelada”, disse Almi.

Para o parlamentar, o momento é de reflexão por parte do governo. “Agora é preciso repensar até que ponto compensa estar a frente do governo com tantos contrários. É um momento de reflexão de todas as lideranças. Tudo que vem ocorrendo, como já disse, faz parte de um conjunto de sucessões de erros. A maioria da população não entende o que vem ocorrendo e por que de tudo isso. Somente quem apoia o projeto do PT entende o que está por trás de toda esta história”, destacou.

O deputado também enfatizou que o ano eleitoral contou muito para a decisão desse domingo. “Sem dúvida se não fosse ano eleitoral teria sido um pouco diferente. O político vive de voto e com certeza ele pensou que o eleitor irá lembrar e analisar como ele votou neste momento histórico para o país, onde está sendo tirada uma presidente sem crime algum”.

Sobre passar no Senado, Cabo Almi é categórico. “É muito difícil segurar, por que no senado é um grupo menor, mas de sem dúvida deve estar sofrendo maior pressão. De qualquer forma, acredito que se ocorrer da presidente sair, o próximo será o Cunha e na sequência do Temer. Não vão deixar barato”, prevê o deputado petista de Mato Grosso do Sul.

Votação

Por 367 votos a favor, 137 contra e sete abstenções, os deputados aprovaram o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável à admissibilidade da denúncia apresentada à Casa pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale e Janaína Paschoal.

A autorização da abertura do processo de impeachment seguirá agora para análise do Senado. O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) deu o 342º voto pelo andamento do impeachment. Apenas os deputados Anibal Gomes (PMDB-CE) e Clarisse Garotinho (PR-RJ) não compareceram para votar. Clarisse por estar na 35ª semana de gestação e Anibal por problemas de saúde.