Acabou de pagar a vistoria? Detran-MS diz que não vai devolver seu dinheiro

Taxa de vistoria foi alvo de denúncias de irregularidades por 18 meses

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Taxa de vistoria foi alvo de denúncias de irregularidades por 18 meses

A revogação da portaria do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) que instituía a cobrança de vistoria obrigatória para fins de licenciamento para veículos com mais de cinco anos de fabricação deixou motoristas que já pagaram o tributo em dúvida sobre um possível ressarcimento.

Durante entrevista à imprensa na manhã desta quinta-feira (21), o diretor-presidente do Detran, Gerson Claro (PSB), afirmou que quem já fez a cobrança não tem direito ao ressarcimento, uma vez que na ocasião do pagamento da vistoria havia previsão legal para a taxa.

No Diário Oficial do Estado desta quinta, o governo publicou a revogação da portaria que instituía a cobrança, publicada nos últimos dias da gestão de André Puccinelli (PMDB), e mantida na administração de Reinaldo Azambuja (PSDB), mesmo com parecer contrário do próprio Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e do MPF (Ministério Público Federal).

Na publicação de hoje, o Detran pontua que a cobrança está revogada porque o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) ainda não se manifestou ‘conclusivamente sobre a legalidade desse ato administrativo’. A vistoria foi alvo de diversas de denúncias de irregularidades durante os cerca de 18 meses em que esteve valendo.

“Quero ver o governo devolver o dinheiro arrecadado indevidamente. Vou brigar por isso”, disse o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que chegou a apresentar na Assembleia um projeto pedindo revogação da cobrança, mas não foi atendido pelos colegas.

Recomendação

No último mês de junho, o MPE-MS (Ministério Público Estadual) recomendou à gestão de Azambuja a suspensão da vistoria e o cancelamento de todos os credenciamentos das chamadas ‘vistoriadoras’, empresas que promoviam vistoria na Capital e no interior.

Na época, o órgão prometeu, em caso de não adoção da recomendação, ‘as medidas legais por omissão no dever de agir, tantos aos entes jurídicos ou personalizados, bem como a seus responsáveis legais, mediante o ajuizamento das medidas administrativas e ações cíveis e criminais cabíveis’.

“O governador fica como bom moço agora? Terá que devolver o dinheiro, não é mesmo?”, questionou Kemp.

De acordo com o governo, a suspensão atual não tem a ver com a recomendação do MPE, mas sim com uma informação do atual ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), de que o Contran não tem previsão para discutir a possível regulamentação, ou não, da vistoria em todo o país. 

Conteúdos relacionados

Agência Brasil
prefeita eldorado