Possibilidade de condenação esquenta clima e vereadores falam em delação

O clima está quente na Câmara de Campo Grande. Isso porque vereadores citados na investigação do Gaeco, chamada Coffee Break, não aceitam “pagar o pato sozinhos”. Desta maneira, estão de olho nos rumos da investigação, que pode fazer muita gente aceitar uma delação premiada.

Ninguém fala oficialmente, mas nos bastidores o clima está fervendo a ponto de vereadores dizerem nomes de pessoas que deveriam ser citadas e até então não haviam sido. A divulgação dos nomes acabou abafando a ameaça, já que o personagem que estava escondido apareceu, mas ainda há muita insatisfação.

A crise é grande porque os vereadores se uniram e fizeram diversas reuniões antes de cassar Alcides Bernal (PP). A união contou com a participação de muitos parlamentares e os que estão sendo citados como suspeitos de associação criminosa, corrupção passiva e ativa, querem dividir a conta.

Dentro deste cenário caótico, três vereadores não estão aguentando a pressão e já disseram a colegas que não descartam contar tudo o que sabem dos bastidores, caso algum participante das reuniões fique de fora do pacote. A crise é grande a ponto de um ter dito em alto e bom som: “Se fulano não for citado, eu vou falar dele”. 

Por enquanto, a denúncia ainda está com a Procuradoria-Geral de Justiça, que continua mantendo sigilo do processo, mesmo já tendo deixado vazar antes mesmo de dizer se fará nova diligência, arquivará a  investigação ou se encaminhará ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que decidirá se dá andamento ou não.

Caso o MPE aceite continuar a investigação, 13 vereadores correm risco de serem cassados, se condenados. Isso levaria a Câmara a cassar 17 dos 29 parlamentares de Campo Grande. Alceu Bueno (PSL) renunciou ao mandato após escândalo com menores, mas também seria cassado por compra de votos, como aconteceu com Thais Helena (PT), Paulo Pedra (PDT) e Delei Pinheiro (PSD).

Os vereadores e empresários são suspeitos de orquestrar a cassação de Alcides Bernal, oferecendo em troca dinheiro ou cargos na nova gestão, de Gilmar Olarte (PP), que segundo o Gaeco, também organizou a cassação para chegar ao cargo de prefeito.