Sessão de julgamento durou toda a tarde desta segunda-feira

 

Três dos quatro vereadores de Naviraí que estão sendo investigados pela Polícia Federal tiveram o mandato cassado na tarde desta segunda-feira (12), durante uma sessão na Câmara Municipal da cidade. O último vereador a ser julgado, Marcus Douglas (PMN). O vereador disse ainda que nunca deveria ter entrado em um cargo público e que seus bens não foram conquistados com a política. 

Além de Douglas, que renunciou, outros três vereadores tiveram o mandato cassado em Naviraí, sendo eles: Cícero dos Santos, Adriano Silvério e Carlos Alberto Sanches.  Os vereadores são acusados de terem exigido e recebido vantagens indevidas para aprovação de leis com diversas finalidades inclusive para modificação e criação de critérios para o funcionamento para estabelecimentos comerciais.

Também, foram identificados desvios de recursos públicos através da falsificação de diárias, desvio de combustíveis, fraude em licitações, além de obrigarem alguns servidores do Legislativo a realizarem empréstimos bancários para repasse de valores aos investigados, em troca da manutenção de seus cargos.

Treze vereadores foram responsáveis pela cassação dos parlamentares, sendo eles: José Odair Gallo (PDT); Marcio Andre Scarlassara (PSDC); Luiz Alberto Ávila Silva Júnior (PT); Moacir Aparecido de Andrade (PT do B); Benedito Missias de Oliveira (PSD); Donizete Nogueira Pinto (PSDB); Luiz Carlos Garcia (PSD); Dejalma Marques de Oliveira (PMDB); Deoclecio Ricardo Zeni (PSDB); Antônio Carlos Klein (PDT); Jaime Dutra (PT); Mario Gomes (PT do B) e José Roberto Alves (PMDB).

Entenda o caso         

Os vereadores estão sendo investigados pela Polícia Federal, através da Operação Athenas deflagrada em outubro de 2014 em conjunto com o MPE/MS (Ministério Público do Estado de ). De acordo com o MPE/MS, os parlamentares envolvidos no esquema de corrupção exigiam e recebiam vantagens indevidas para aprovação de leis com diversas finalidades inclusive para modificação e criação de critérios para o funcionamento para estabelecimentos comerciais.

A Operação contou com cerca de 200 policiais federais e dois Promotores de Justiça de Naviraí, que fizeram uma ‘devassa' no município com o objetivo de dar prosseguimento à investigação deflagrada em 2013, inclusive com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, sobre a suposta atuação criminosa de um grupo de vereadores da cidade de Naviraí que mantinha um esquema ilegal de exigência de vantagens econômicas indevidas em função de suas manifestações em vários processos de atribuição do Poder Legislativo.

Além das prisões, a Justiça determinou que fossem cumpridos 35 mandados de busca e ouvidas 28 pessoas, entre elas, empresários, políticos e servidores. Ao todo foram apreendidos 27 veículos, quatro armas, um barco e uma certa quantia em dinheiro. Foram realizadas buscas na Câmara, postos de combustíveis, escritórios e residências.

Uma das primeiras ações durante a operação foi à apreensão de computadores e documentação do Legislativo naviraiense. A ação também incluiu apreensões em escritórios de advogados, de empresários e nas residências de vereadores de Naviraí

Entre os investigados pela PF estão o ex-presidente da Câmara, Cícero dos Santos; o segundo secretário Adriano José Silvério, vereador mais votado da cidade; Solange Olímpia de Castro Melo; Marcus Douglas Miranda, que foi candidato a deputado estadual na última eleição de 5 de novembro; e Carlos Alberto Sanchez. Os outros envolvidos são Mainara Gessika Malinski dos Santos, esposa de Cícero dos Santos e os assessores: Wagner do Nascimento, Rogério dos Santos Silva e Tiago Caliza da Rocha.