Gaeco quer evitar questionamentos de provas coletadas

O MPE (Ministério Público Estadual), por meio do promotor Marcos Alex Vera, conseguiu autorização judicial para fazer uma devassa nos aparelhos celulares de 17 investigados na Operação Lama Asfáltica. Os celulares já foram enviados para o instituto criminalista na terça-feira, mas a autorização foi publicada ontem pelo juiz Luiz Claudio Bonassini.

A justificativa do Gaeco para o pedido mostra que o Ministério Público Estadual não pretende deixar brecha para futuros recursos. Na ação o promotor justifica que fez o pedido para evitar eventual questionamento das provas obtidas.

O MPE pede acesso a dados contidos nos aparelhos e chips, incluindo acesso a arquivos de texto, áudio e vídeo, fotos, mensagens de texto (SMS) e outros compartilhamentos por meio de aplicativos como Whatsapp, por exemplo.

“Defiro o pedido formulado pelo Ministério Público, autorizando o afastamento do sigilo dos dados contidos nos aparelhos de telefonia celular e respectivos chips, pertences aos investigados no presente procedimento, já apreendidos nos autos, que tenham pertinência com o objeto da investigação, notadamente aqueles referentes à agenda telefônica, aos arquivos de texto, áudio e vídeo, aos arquivos de fotos, às mensagens de texto (SMS) e às mensagens trocadas por meio de aplicativos de conversas, a exemplo do whatsapp, mediante perícia técnica supervisionada pelo Tribunal de Justiça, obedecidas as demais formalidade legais”, diz a decisão.

Com a autorização o Gaeco pode fazer devassa no telefone dos seguintes investigados: “vice-prefeito Gilmar Olarte, veredores Mario Cesar (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Jamal (PR), Airton Saraiva (DEM), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Chocolate (PP), Gilmar da Cruz (PRB), Eduardo Romero (PtdoB), Otávio Trad (PtdoB), Flávio César (PtdoB); do ex-vereador Alceu Bueno; dos empreiteiros João Amorim e João Baird e do ex-diretor do Instituto Municipal de Tecnologia, Fábio Portela.

Os celulares foram apreendidos durante a Operação Coffee Break, quando o Gaeco afastou Gilmar Olarte da Prefeitura de Campo Grande e Mario Cesar da presidência. Na ocasião, Mario, Edil Albuquerque, Paulo Siufi, Jamal, Airton Saraiva, Carlão, Edson Shimabukuro, Chocolate, Gilmar da Cruz; do ex-vereador Alceu Bueno; os empreiteiros João Amorim e João Baird e ex-diretor do Instituto Municipal de Tecnologia, Fábio Portela foram detidos no Gaeco, onde passaram o dia prestando depoimentos.

Olarte ainda não foi ouvido e será um dos últimos interrogados. Na próxima semana será a vez do ex-governador André Puccinelli (PMDB) ser ouvido. Ele conseguiu escapar da primeira convocação do Gaeco, alegando outros compromissos. O Gaeco ainda deve ouvir outras 10 pessoas, além dos que já foram interrogados e apresentaram contradições.