Ele participou da reunião de coordenação política com a presidente Dilma

O vice-presidente acredita que, com o Congresso entrando em recesso, o clima político, que atingiu o ápice no início da semana passada, com a mobilização de parte da oposição pregando o afastamento da presidente Dilma Rousseff, “irá acalmar”. Para ele, o clima “já está mais ameno”. 

“Eu tenho combatido isso. Isso é impensável (saída da presidente). Tenho a impressão de que temos esta semana ainda um pouco agitada e depois, vem o recesso, que é um momento para as pessoas meditarem um pouco. Com certeza o recesso serve para arrefecer tudo isso”, afirmou. Segundo Temer, “não é bom para o país” ficar falando em afastamento da presidente.

Temer, que participou da reunião de coordenação política com a presidente Dilma, no Planalto, disse ao Estadão que “o governo tem um boa defesa” para a discussão sobre as pedaladas fiscais e que os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, vão apresentar esta defesa. Temer afirmou ainda que os ministros “estão muito convencidos de que não vão enfrentar problema no TCU (Tribunal de Contas da União)” para explicar as chamadas pedaladas fiscais. “É o que eles esperam”, comentou o vice-presidente, que admitiu não conhecer detalhes da defesa, mas observou que os ministros apresentaram as justificativas e elas parecem ser “consistentes”.

O vice-presidente informou ainda que, a partir das 14h30, se reunirá com os líderes da base governista no Senado para discutir a pauta da semana, principalmente a questão das desonerações, que pode ficar para agosto, após o recesso. Neste encontro o peemedebista também irá reiterar a necessidade de defesa do governo pelos aliados.

Temer falou também que, na reunião de coordenação, foi discutido um projeto de repatriação de recursos frutos de desvios que estão no exterior e poderão ajudar a dar um alívio nas contas públicas. Ele não soube precisar quanto representariam estes recursos e nem em que prazo eles poderão voltar ao país. Lembrou, no entanto, que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) está trabalhando na aprovação do texto, que poderá beneficiar inclusive os Estados, com a criação de um fundo que receberia 35% destes recursos. Os recursos seriam uma opção para bancar a reforma do ICMS.

Além de Temer, os ministros Adams e Barbosa também estão incumbidos de procurar todos os líderes dos partidos na Câmara e no Senado para apresentar aos parlamentares a defesa do governo em relação às contas de 2014. As chamadas pedaladas fiscais representaram o atraso de repasse de recursos do Tesouro Nacional para os bancos públicos, que anteciparam do dinheiro próprio o pagamento de despesas sociais, trabalhistas e previdenciárias, como Bolsa Família, seguro-desemprego, abono salarial e aposentadorias públicas, para ajudar a melhorar artificialmente o resultado das contas públicas. Dia 22 de julho é o último dia para o governo apresentar sua defesa ao TCU. Adams e Barbosa vão procurar cada uma das bancadas dos partidos da base aliada para apresentar a defesa e pedir que os parlamentares saiam em defesa do governo.