Mesmo sem 18, prefeito ainda precisará convencer PT

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), não tem nem um terço dos vereadores na base de sustentação dele na Câmara. Hoje, dos 29, apenas Luiza Ribeiro (PPS), Cazuza (PP), José Chadid (sem partido), Eduardo Cury (PTdoB) e Betinho (PRB) são da base, contra 24 que se intitulam da oposição ou independente.

O cenário, bem desfavorável, pode mudar do dia para a noite, caso o Ministério Público Estadual consiga o afastamento de 17 vereadores. O afastamento tem como base as investigações da Coffee Break, que apura compra de voto durante a cassação de Bernal.

Os 17 vereadores votaram a favor da cassação do mandato e ainda estão na Câmara. Outros seis não foram afastados porque já não têm mandato de vereador ou estão fora da função. Rose Modesto (PSDB) foi eleita vice-governadora, Grazielle Machado (PR) eleita deputada estadual, Elizeu Dionizio (PSDB) virou deputado federal, Mario Cesar (PMDB) já está afastado e Alceu Bueno renunciou ao mandato.

Caso os afastamentos se confirmem, e Bernal consiga entendimento com o PT, ele pode chegar a oito na base, contra apenas três da oposição ou atuando como independentes. Neste cenário, Bernal teria na base Luiza, Cazuza, Chadid, Cury, Betinho, Alex do PT, Ayrton do PT e Thais Helena (PT). Ficariam na oposição ou como independentes os vereadores Francisco Saci, Herculano Borges (SD) e Magali Picarelli (PMDB).

O afastamento depende da autorização do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O pedido animou suplentes, mas se seguir orientação da Procuradoria, a Câmara não deve convocar novos vereadores. Mario Cesar, por exemplo, foi afastado, mas até o momento ninguém lhe substituiu.

Além do pedido de afastamento dos vereadores, o Gaeco ainda solicitou a prisão de Gilmar Olarte (PP) e do empresário João Amorim. Eles são suspeitos de arquitetar, com alguns vereadores, a cassação de Bernal, por meio de troca de cargos ou oferecimento de dinheiro.