“Temos o direito de saber o que estão confabulando”, criticam

Professores reclamam de reunião às portas fechadas na (Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul) na tarde desta terça-feira (2). O presidente Roberto Botareli e a diretoria da entidade estão reunidos com os presidentes e advogados dos sindicatos municipais, deixando os professores de fora.

Revoltados, os professores reclamaram da reunião secreta entre a categoria. “Todos têm direito de saber o que estão confabulando”, clamam. Os profissionais pedem que a porta seja aberta para que eles participem da reunião.

Um professor de Dourados que não quis ser identificado criticou a situação. “Isso não é normal. Causa um certo desconforto para quem está do lado de fora. Já que está todo mundo aqui, todo mundo deveria participar. Já teve a reunião na Governadoria”, frisa.
Representantes dos 73 sindicatos municipais estão presentes. Cerca de 20 mil profissionais vieram do interior para acompanhar a negociação que pode por fim à greve.

Reunião na governadoria

Mais cedo, Botareli se reuniu com o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, e a vice-governadora, Rose Modesto, para discutir uma proposta de reajuste. A reunião aconteceu na Governadoria e teve portas fechadas para a imprensa, que pode apenas fotografar o início da conversa.

A categoria tem assembleia geral marcada para esta quarta-feira (3), quando deve votar se aceita a proposta apresentada durante a tentativa de conciliação na Justiça.

De acordo com a Fetems, no início do ano foi concedido 13,01% de reajuste aos professores, referente ao Piso Nacional, porém ficou 10,98% em pendência de acordo com a Lei Estadual. No acordo firmado até o dia 15 de maio o Governo deveria debater como esse montante seria pago com a comissão de negociação, porém isso não ocorreu.

Na última fase de negociação que antecedeu a greve, o governo do Estado propôs conceder reajuste de 4,37% em outubro próximo, além de uma nova escala de reajustes anuais até que, em 2022, haja a chamada integralização do piso nacional ao estadual. A categoria rejeitou – ela pede 10,98% de aumento.