Nove vereadores foram ouvidos e 12 tiveram celulares apreendidos

Está nas mãos da Procuradoria Jurídica da Câmara Municipal de Campo Grande um CD do MPE (Ministério Público Estadual) com dados sobre a Operação Coffee Break. Os advogados da casa analisam o que fazer com relação a nove vereadores ouvidos na terça-feira (25) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), incluindo possível indicação para afastamento dos cargos.

Mario Cesar (PMDB), até então presidente da casa, já foi afastado, mas por ordem judicial a pedido do próprio Gaeco. O TJ (Tribunal de Justiça) decidiu nesta sexta mantê-lo fora da função.

Os outros parlamentares ouvidos na terça, mediante condução coercitiva, são: Paulo Siufi (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Chocolate (PP), Edil Albuquerque (PMDB), Gilmar da Cruz (PRB), Edson Shimabukuro (PTB) e Carlão (PSB), além de Dr. Jamal (PMDB), que é vereador, mas estava no comando da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).

Mais cedo, o procurador-geral do MPE, Humberto Brittes, disse que os suplentes dos parlamentares já poderiam pedir suas vagas, alegando quebra de decoro por parte dos titulares. Na Câmara, no entanto, a situação dos vereadores ainda é estudada.

Fontes do legislativo revelam que o assunto é novidade na casa e, por isso, é preciso ver os preceitos escritos a respeito dele na Lei Orgânica do Município. Ao comunicar oficialmente a Câmara Municipal, o MPE pede que sejam adotadas as providências cabíveis acerca dos investigados.

Agora, a Procuradoria Jurídica analisa as eventuais ilegalidades a que estariam sendo enquadrados os vereadores, inclusive quebra de decoro. Tal análise, feita a pedido da presidência da Câmara e que orientará a casa sobre os próximos passos, não tem data para terminar.

A Operação Coffee Break investiga eventual compra de vereadores para a cassação de Alcides Bernal (PP). Os membros da bancada do PTdoB, formada por Flávio César, novo presidente da Câmara, Eduardo Romero e Otávio Trad, não foram ouvidos pelo Gaeco, mas tiveram os celulares apreendidos na terça-feira.

*Errata: o nome do vereador Chiquinho Telles (PSD) foi incluído erroneamente pela reportagem, entre os investigados, informação corrigida às 14h19 do dia 28/08/2015, com a remoção da referida citação.