Declaração do deputado federal eleito pode expor um interno no partido

A declaração do ex-governador e deputado federal eleito , de que vai pedir punição dos prefeitos da legenda que integraram a chapa vencedora na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), encabeçada pelo PSDB, pode expor um racha interno no partido. 

“Já discutimos, boa parte dos prefeitos, e estamos esperando. Se caso houver punição, nós faremos uma debandada em massa. Acredito que comigo saem seis, sete, oito prefeitos. Até porque o PT não contribuiu com nada”, declarou o vice-presidente eleito da Assomasul, Erney Cunha Barbosa (PT), prefeito de Jardim. 

Até mesmo o irmão de Zeca, o prefeito de Porto Murtinho, Heitor Mirando dos Santos, classificou de ‘absurdo' o pedido de punição dos correligionários. “A Assomasul é uma entidade de classe que é formada por partes. As partes formam o todo, que é a Assomasul, e eu vejo como uma insanidade deixar o PT fora de uma composição dessas, que envolve todos os partidos e municípios. É uma decisão (a punição) teratológica”, disparou Heitor. 

O deputado federal Vander Loubet (PT), apontado pelo presidente eleito da associação, Juvenal Neto (PSDB), como um dos grandes responsáveis pelo chapa consensual que evitou disputa na entidade, também não acredita em punição. 

“A resolução do PT nacional não se refere à Assomasul, se refere ao acompanhamento das eleições nas Assembleias Legislativas. Particularmente, acho que os prefeitos fizeram correto. Não dá para se eximir, sair e não participar. Esse ano será difícil para todo mundo. No momento de crise a melhor coisa é o consenso”, frisou Vander. 

Erney afirmou ainda que Zeca e o diretório estadual do PT não convocaram os prefeitos do partido para discutirem a resolução que proíbe alianças com PPS, DEM e PSDB. “O Zeca está na contramão da direção. Repudio a atitude dele e do diretório do PT. Tentou impor de forma ditadora uma resolução para prejudicar os prefeitos”, finalizou o prefeito de Jardim.