Deputado quer suspender reunião do conselho de ética

O deputado federal Carlos Marun (PMDB) pediu cautela em relação a Operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (15), na casa do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB). Marun disse que ainda não sabe o que está acontecendo, mas quer esperar o desenrolar dos trabalhos antes de qualquer providência.Marun ainda defende Cunha e pede 'coragem' ao Congresso Nacional

“To chegando na Câmara. Vou atrás de saber o que está acontecendo. Não vejo a operação como ilegal. Cunha foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e no STF (Supremo Tribunal Federal). A denúncia foi apresentada há quatro meses denúncia e nem foi aceita. Não havia provas suficientes para condenação ou sequer aceitar o processo e foram fazer buscas atrás de provas. Pode ser que ache e não. Temos que aguardar”, opinou.

Indagado se todo este envolvimento de Cunha em operações não atinge o Congresso, o deputado disse que não toma decisão com a Polícia Federal na porta e chegou a pedir coragem ao Congresso.

“Não tomo decisão com a Polícia Federal na porta. Última vez que o Congresso agiu com polícia na porta foi na ditadura, na decisão de afastar João Goulart. Se a Justiça determinou busca é porque não tem prova, senão já tinha tomado. Parlamento tem que ter calma e coragem. Botaram milico na frente e tiraram presidente, na ditadura. Devagar com andor. Acharam algo comprometedor? Aí é outra coisa. Não existe provas. Se acharem, vai mudar minha opinião. Fato da Polícia Federal bater a porta não quer dizer nada”, concluiu.

Diante da batida da polícia o deputado defendeu outra decisão polêmica: de adiar mais uma vez a reunião do conselho de ética da Câmara. Foram várias as tentativas de votar no Conselho de Ética o texto do relator, pedindo continuidade ao processo contra o deputado Cunha por quebra do decoro. As reuniões têm sido polêmicas, com direito até a agressão física entre deputados. Os defensores de Cunha alegam que governistas querem tirá-lo para defender Dilma Rousseff (PT). Já a base da presidente acusa Cunha de dar golpe para esconder irregularidades cometidas por ele mesmo.

A Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão na residência oficial da presidência da Câmara e na casa de Cunha no Rio de Janeiro, na operação batizada de Catilinárias. Segundo a Polícia Federal, foram expedidos 53 mandados de busca e apreensão referentes a sete processos da Lava Jato. As operações tem como objetivo evitar a destruição de provas, com intuito de atrapalhar as investigações. O senador Delcídio do Amaral (PT), por exemplo, foi preso por suposta tentativa de facilitar a fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.