Vereador disse que estava ‘narrando’ o que ouviu
Nas vésperas da instalação de uma Comissão de Ética, o presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Mario Cesar (PMDB), afirmou que apenas ‘narrava’ os fatos noticiados no inquérito sobre o suposto caso de extorsão e pedofilia envolvendo o colega Alceu Bueno (PSL), quando citou possível ‘indução’ por parte das menores para que o vereador supostamente saísse com elas.
“O que temos até agora, e que foi noticiado pela mídia, é que o inquérito retrata uma conspiração de pessoas orquestradas para fazer um golpe e obter um retorno financeiro. Jamais quis dizer que ele foi induzido ao erro, se falo isso emito juízo de valor em uma possível comissão de ética”, esclareceu o peemedebista sobre a declaração, gravada horas antes, durante sessão comunitária.
O presidente da Câmara da Capital prometeu uma apuração ‘isenta’ e ‘imparcial’ de todos os fatos envolvendo uma suposta quebra de decoro parlamentar por parte do vereador Alceu Bueno, e garantiu que a Casa não vai ‘proteger’ o colega, tampouco condená-lo, haja vista que o julgamento cabe à Justiça
“Acho que esse caso transcende o corporativismo. Em vista do que está acontecendo no Brasil, o que a sociedade busca da classe política é o modelo comportamental diferenciado. Os vereadores, com toda certeza, vão se posicionar de maneira isenta, com lisura e com tranquilidade”, promete.
Mario negou também que o legislativo municipal esteja esperando a manifestação oficial do delegado responsável pelo caso, o titular da DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sergio Lauretto, e explicou o trâmite necessário para instalação de uma Comissão de Ética na Casa para apurar os fatos.
O vereador explica que na sessão ordinária da quinta-feira (23), a Comissão será proposta ao plenário e, para ser criada, precisa ter o voto favorável de pelo menos 20 parlamentares. “Se aprovada a comissão, há um sorteio dos membros participantes, três vereadores, de maneira transparente, para que não paire nenhuma dúvida sobre o processo”, explica.
Mário não quis antecipar seu voto e nem analisar de antemão o comportamento do colega, ‘para não haver um julgamento antecipado’. Caso se configure a quebra de decoro, Alceu Bueno poderá perder o mandato de vereador.