Dados divulgados à Justiça levantam questionamentos

A deputada Antonieta Amorin (PMDB) afirma que não tem negócios com o irmão, , investigado na “Operação Lama Asfáltica”, comandada pela Polícia Federal, Receita Federal e Controladoria Geral da União. Porém, os laços familiares, seja com o irmão ou com o próprio ex-marido e ex-prefeito de , Nelsinho Trad (PMDB), também pode levantar questionamentos em relação a deputada.

Na última eleição, no ano passado, o patrimônio da deputada surpreendeu quem teve a curiosidade de analisar o quanto alguns candidatos enriqueceram em pouco tempo e Antonieta foi uma das que tiveram muitos lucros com o passar dos anos.

Em 2010, quando ainda era esposa de Nelsinho, Antonieta Trad, como se identificou para candidatura a suplente de senadora, apresentou patrimônio de R$ 1.306.471,73, divididos em R$ 115.471,73, de uma gleba de terras; R$ 1.171.000,00 da Fazenda Areias, em Porto Murtinho, e R$ 20 mil em dinheiro em espécie.

Já  na eleição de 2014, após quatro anos, a candidata, agora chamada por Antonieta Amorin, apresentou um patrimônio de R$ 7.200.415,29, o que representa um aumento de R$ 5,8 milhões, em uma diferença de 551%, se comparada às declarações.

Algumas pessoas poderiam atribuir o aumento a separação de bens, após divórcio do ex-esposo, Nelsinho Trad. Porém, números das declarações de renda de Nelsinho também deixariam esta conta longe de bater.

Em 2004, quando disputou a primeira eleição para prefeito da Capital, Nelsinho declarou  patrimônio de R$ 1.038.118,77. Este patrimônio passou a ser de R$ 2.280.598,61 quatro anos depois, quando disputava a reeleição. Neste caso, mesmo se tivesse ficado com todo o patrimônio declarado, seja dela e de Nelsinho nestas eleições, Antonieta não chegaria aos R$ 7.200.415,29 de bens que tem hoje. As informações são baseadas em dados oferecidos pelos próprios candidatos para Justiça Eleitoral.

Operação Lama Asfáltica

A Polícia Federal, Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) realizaram a operação na última quinta, quando cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, visando obter detalhes de contratos com um dos maiores empreiteiros do Estado, João Alberto Krampe Amorim dos Santos.

Policiais ficaram trancados por quase cinco horas com João Amorim na residência dele, no Vila Vendas, mas também foram à uma das empresas dele, a  Proteco Engenharia, residência do ex-deputado Edson Giroto (PR) e na secretaria de Obras do Estado, que também possuía contratos com Amorin. Quatro servidores foram afastados do Estado.