Escolha do novo prefeito cria impasse para comissão

Os palpites são os mais diversos. Assim como aconteceu com Alcides Bernal (PP), cresce o número de apostas para o resultado do pedido de abertura de comissão processante contra o prefeito Gilmar Olarte (PP). Alguns chegam a afirmar o número de votos, mas até o momento a comissão caminha para o arquivamento.

A inviabilização acontece, principalmente, por conta dos interesses que envolvem o “depois” de uma eventual cassação, quando a Câmara escolhe o próximo prefeito, após indicações partidárias. Não há consenso entre os vereadores sobre quem seria o escolhido.

Segundo colocado na eleição para prefeito, Edson Giroto (PR) é o mais citado nos bastidores da Câmara, o que também leva muita gente a pular do barco dos que defendem cassação. Isso acontece porque o grupo ligado, principalmente a família Trad, entende que a promoção de um novo prefeito poderia prejudicar a eleição do ano que vem.

Pelo menos seis vereadores da Câmara de Campo Grande são ligados diretamente a família. A lista inclui os vereadores Chiquinho Telles (PSD), Coringa (PSD) e Delei Pinheiro (PSD), todos ligados a Marquinhos Trad (PMDB) e Francisco Saci (PRTB) e Flávio César (PTdoB), ligados a Nelsinho Trad (PMDB).

O grupo ainda tem como reforço o vereador Otávio Trad (PTdoB), sobrinho de Marquinhos e Nelsinho. Com seis vereadores o grupo da família Trad é decisivo na Câmara, visto que com mais quatro votos eles barrariam a comissão processante.

A última eleição em Campo Grande também deixou mágoa entre Nelsinho e Giroto. O grupo ligado a Giroto acusou Nelsinho de não apoiar o candidato como deveria e o culparam pela derrota em Campo Grande. Isso fez com que alguns retribuíssem, não apoiando Nelsinho na campanha para o governo, que acabou levando o partido a outra grande derrota.

Fator Azambuja

Há também o grupo de vereadores ligados ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que também pode ser decisivo. O partido tem como pré-candidata a prefeita a vice-governadora Rose Modesto. Assim como a família Trad, o grupo também poderia ser atingido com a troca de prefeito e possível sucesso do novo gestor.

A ala tucana é formada pelo vereador João Rocha (PSDB); vereadores do PRB, Gilmar da Cruz e Betinho, que hoje ocupam grande espaço na gestão tucana e pelo vereador Herculano Borges (SD), que ainda espera uma ajuda de Azambuja para assumir vaga na Assembleia Legislativa, onde hoje é suplente. Somados, os vereadores chegam a dez, número necessário para barrar uma comissão processante na Câmara de Campo Grande.

Hoje a oposição conta com os vereadores Thais Helena (PT), Alex do PT, Luiza Ribeiro (PPS), Ayrton do PT, Paulo Pedra (PDT), Cazuza (PP) e José Chadid (sem partido). Porém, Alex, Luiza e Thais não votam e serão substituídos por suplentes, que teoricamente votam a favor da cassação. Para conseguir emplacar a comissão eles precisariam de mais 12 votos, visto que Carla Stephanini (PMDB) já declarou ser a favor da comissão.

Há ainda o grupo de vereadores ligados ao ex-governador André Puccinelli (PMDB), que também podem ser decisivos. Em reunião com a oposição o ex-governador disse ter diálogo  mais firme com seis e chegou a citar outros três que ele poderia conversar. A oposição não citou nomes, mas confirmou o diálogo com o ex-governador.

Além dos já citados, são vereadores na Câmara: Airton Saraiva (DEM), Dr. Loester (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Magali Picarelli (PMDB), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Mario Cesar (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Chocolate (PP), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB) e Eduardo Romero (PTdoB).