Votação de requerimento para processante esquentará sessão

A Câmara de tem sido visitada frequentemente por manifestantes na atual legislatura. Foram vários os episódios que levaram o povo a Casa de Leis, conseguindo, em poucas vezes, até calar os vereadores, que tiveram que se pronunciar sob fortes vaias.

Nesta semana a situação não deve ser diferente. A Câmara deve votar, após dois meses, o pedido de abertura de contra o prefeito e abrigar, novamente, dois grupos rivais na Câmara de Campo Grande: “do ex-prefeito Alcides Bernal e do atual, Gilmar Olarte (PP)”.

É neste campo de guerra que Campo Grande vive desde que Bernal assumiu. No começo a briga era apenas entre vereadores da oposição e Bernal. Dde então, Bernal caminhou para o  isolamento de Bernal, que alcançou seu vice. Após a cassação de Bernal, Olarte assumiu e o grupo se dividiu ainda mais. De um lado os comissionados de Bernal, que perderam o cargo, e do outro os de Olarte, que lutam para não perder o emprego.

Na última terça-feira (4) a guerra saiu das redes sociais e chegou a Câmara, que foi marcada por polêmica, justamente por este confronto. Professores alegam que guardas municipais à paisana agrediram professores que protestavam por aumento de salário. Porém, defensores de Olarte acusam manifestantes de agirem a pedido de Bernal.

Olarte chegou a cancelar um evento de lançamento de obras, que aconteceria na noite de ontem. Ele justificou que cancelou a festividade para evitar confrontos. A desistência surgiu após vaia, que ele alega ter sido orquestrada, na abertura do Festival do Sobá, na quinta-feira (7). Porém, a oposição afirma que a população está descontente com a gestão e não precisa ser incitada para reclamar.

As demais votações polêmicas na Câmara já renderam outros protestos com denúncias parecidas. Tanto aliados de Bernal quanto de Olarte já acusaram um ao outro de comprar apoio. Eles alegam que os grupos pagam a população para ir à Câmara defender um dos lados e os menos instruídos chegam até lá sem saber nem o que estão fazendo.

A briga já começa na fila de entrada, quando alguns madrugam na Câmara para conseguir garantir presença. Lá fora, além das provocações, há uma vigilância sobre os que entram e as trocas de acusações são comuns, com denúncias de que um ou outro está sendo privilegiado no acesso ao plenário. 

A Prefeitura de Campo Grande abriga mais de mil comissionados, que se mantêm no cargo apenas temporariamente e o defendem, como pode. É comum, por exemplo, a cobrança para presença em eventos do Poder Executivo. Alguns diretores de secretarias chegam a fazer listas de presença para conferir que frequenta as manifestações, para dar apoio ao chefe.

A votação do pedido de abertura da comissão processante estava marcada para terça-feira (11), mas foi adiada, novamente, para quinta (13). Os vereadores vão decidir qual quorum mínimo para abertura na terça e só votam na quinta. A oposição defende 15 votos e alguns vereadores preferem o mínimo de 20 votos, dos 29, para abertura.