Assembleia tem duas CPIs sobre conflito entre índios e fazendeiros

O PT quer a presidência da chamada CPI do Genocídio, aberta oficialmente nesta quarta-feira (14) na Assembleia Legislativa para investigar “ação/omissão do Estado de Mato Grosso do Sul nos casos de violência praticada contra os povos indígenas no período de 2000 a 2015”. O líder petista na casa, Pedro Kemp, também criticou o resultado das primeiras oitivas da , criada para defender interesses dos ruralistas, da qual é membro.

“Não tinham nenhuma prova, nem fato concreto, a respeito do foco da CPI. O que vi ontem foi uma audiência pública, uma reunião, um teatro com direito a aplausos e vaias, sem contar as baboseiras que ouvimos de dois teóricos direitistas”, disse Kemp. O sociólogo mexicano Lorenzo Carrasco e o jornalista e escritor Nelson Barretto foram os dois que falaram na primeira sessão da CPI, aberta para investigar eventual incitação do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) a atos de indígenas contra fazendeiros.

Kemp promete pedir que o conteúdo dito na ocasião não seja incluído no relatório oficial da investigação. “Reunião de CPI não é isso”, emendou.

A presidente da CPI do Cimi, Mara Caseiro (PTdoB), disse que Kemp não estava na reunião do colegiado quando os membros aprovaram a convocação dos ouvidos na terça. A parlamentar também comentou que os dois foram chamados enquanto colaboradores, para “darem uma noção geral dos conflitos, sobre o contexto”, sem caráter de depoimento.

O líder do PT na Assembleia revelou ainda, nesta quarta, que o partido trabalhará para conseguir comandar a CPI do Genocídio – uma espécie de contraponto à outra comissão. Kemp, por ser membro da CPI do Cimi, não pode participar do novo colegiado e, segundo o próprio, ainda não há data prevista para as bancadas indicarem seus representantes.