Oitivas levam Gaeco a novos personagens

Os depoimentos de vereadores e investigados na Operação Coffee Break têm tirado o sono dos investigados. Isso porque a cada depoimento surge um fato novo ou algo que até então não estava bem claro para o Gaeco. O depoimento do hoje secretário de Governo, Paulo Pedra (PDT), por exemplo, levou a presidente do PMDB, vereadora Carla Stephanini, a depor.

A reportagem apurou que Paulo Pedra confirmou ao promotor Marcos Alex Vera que foi convidado, na véspera da cassação, para uma reunião na casa da vereadora Carla Stephanini. Coincidência ou não, na semana seguinte ao depoimento de Pedra, Carla foi convocada para prestar esclarecimentos.

Na chegada ao Gaeco a vereadora não respondeu por si, como fez, por exemplo, o ex-governador André Puccinelli (PMDB), e afirmou que não houve compra de votos para cassação de Alcides Bernal (PP). Diante da pergunta sobre possível compra de voto, o ex-governador fez diferente e pediu para imprensa falar com quem comprou ou vendeu, evitando dizer que não houve compra de votos.

A Operação Coffee Break teve início com a detenção de 13 pessoas, tendo como base as escutas das operações Adna, que investigava corrupção passiva e lavagem de dinheiro por parte do prefeito Gilmar Olarte e a Operação Lama Asfáltica, apurando operação para desvio de verba em obras do governo de André Puccinelli. Agora, na segunda fase, os promotores vão encontrando nas contradições e nos depoimentos a chave para novos capítulos.

Foi um dos depoimentos, por exemplo, que levou o governador André Puccinelli (PMDB) ao Gaeco. Segundo o promotor Marcos Alex Vera, durante depoimento um dos vereadores entregou uma reunião de Puccinelli com dois vereadores na véspera da cassação do mandato de Bernal, tendo prometido, segundo depoimento, algo em troca.

O Gaeco já escutou, aproximadamente, vinte pessoas desde que a operação foi deflagrada. Nesta semana, segundo Gaeco, não estão previstas novas oitivas. Todavia, o promotor Marcos Alex Vera já anunciou que ouviria pelo menos outras 10 pessoas. O depoimento mais aguardado é do agora vice-prefeito Gilmar Olarte, que seria o maior beneficiado com a cassação de Bernal.

A Coffee Break investiga possível compra de voto ou promessa de cargos a vereadores em troca da cassação de Alcides Bernal. Vereadores e empresários chegaram a ser detidos quando a operação foi deflagrada e 17 celulares estão presos para perícia. O Gaeco investiga os aparelhos celulares dos seguintes investigados:

“Gilmar Olarte, Mario Cesar, Paulo Siufi (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Dr. Jamal (PR), Airton Saraiva (DEM), Chocolate (PP), Carlão (PSB), Gilmar da Cruz (PRB), Edson Shimabukuro (PTB), Flávio César (PTdoB), Otávio Trad (PTdoB), Eduardo Romero (PTdoB), Alceu Bueno, João Amorim, João Baird e de Fábio Portela”.