Pedido de Nelsinho Trad foi feito a Paulo Siufi no começo da semana

Denunciado à Justiça por improbidade devido a irregularidades apontadas na contratação do (Gerenciamento de Informações Integradas de Saúde), o ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad (PMDB) quer ir à Câmara Municipal se explicar. O pedido foi feito pelo próprio ao vereador Paulo Siufi (PMDB), da comissão de saúde da casa.

Segundo Siufi, o ex-prefeito falou sobre o assunto durante reunião partidária no começo da semana. Nelsinho quer que a comissão de saúde o convoque para dar explicações sobre o Gisa.

Na terça-feira (24), o MPF (Ministério Público Federal) anunciou ter denunciado Nelsinho à Justiça por conta das irregularidades identificadas na contratação e execução do Gisa. Além dele, outras 25 pessoas, incluindo o então secretário municipal de Saúde e atual deputado federal, Luiz Henrique Mandetta, também estão na denúncia dos procuradores.

Conforme a Procuradoria, o processo de contratação do software foi marcado por favorecimento e falhas contratuais. Em janeiro, o Ministério da Saúde pediu de volta à Prefeitura R$ 8 milhões gastos com o Gisa – corrigido, o valor chega a R$ 14 milhões.

Siufi prometeu reunir a comissão e verificar a possibilidade de convocar Nelsinho. Não há prazo para que isso seja feito.

Após o anúncio da denúncia do MPF, Nelsinho emitiu nota na qual, entre outras coisas, disse que “será provado na Justiça que o Gisa foi desenvolvido e faltou ser implantado pela administração que nos sucedeu”. Segundo o ex-prefeito, o relatório da CGU (Controladoria Geral da União) que aponta problemas no caso é “viciado” e induziu o MPF a um erro.

Alex do PT, que faz parte do grupo, disse ser incabível esta explicação, no momento. “Não tem mais que chamar para explicar, tem que responder na Justiça agora”, disse o vereador, comentando que os correligionários Amarildo Cruz e Pedro Kemp, ambos deputados estaduais, devem entrar com ação civil pública pedindo que Nelsinho e Mandetta devolvam dinheiro aos cofres públicos.

Para Siufi, não é a Prefeitura quem deve devolver o dinheiro ao Ministério da Saúde. Ele imputa responsabilidade também às empresas contratadas para o serviço, ao consórcio encabeçado pela Telemidia Technology.

Questionado sobre omissão da Câmara em relação ao caso, o vereador peemedebista disse que a comissão sempre questionou a Prefeitura sobre denúncias de irregularidades no Gisa. No entanto, eram informados de que “estavam resolvendo os problemas”.