Só uma suplente pode derrubar investigado

Uma declaração do promotor Marcos Alex Vera provoca alívio, pelo menos momentâneo, em oito vereadores de Campo Grande. O coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) disse à imprensa que, por enquanto, não cogita afastamento dos oito parlamentares investigados por possível corrupção para cassar Alcides Bernal (PP).

Segundo Marcos Alex, os pedidos de afastamento só acontecerão se os vereadores tentarem dificultar os trabalhos do Gaeco. Mario Cesar (PMDB) e Gilmar Olarte (PP) foram afastados da presidência da Câmara Municipal e da Prefeitura no dia 25 de agosto, já por conta da Operação Coffee Break, o que colocou os demais políticos em alerta.

A situação ficou ainda mais tensa quando o Gaeco enviou ofício à Câmara, recomendando providências. No Legislativo, a Procuradoria tratou de acalmar os vereadores, dizendo que não teria competência para afastá-los, mas a dúvida em relação a novas ordens judiciais assombrava investigados.

Com a declaração de Marcos Alex, a situação ficou mais tranquila para sete vereadores, exceto para Chocolate (PP). A suplente dele, Jacqueline Hildebrand, seguiu recomendação do Ministério Público e foi à Justiça para pedir o mandato.

Caso consiga, a decisão pode ser de efeito cascata. Caso outros suplentes recorram, podem derrubar, pelo menos até o fim da investigação, outros sete: Paulo Siufi (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Dr. Jamal (PR), Airton Saraiva (DEM), Edson Shimabukuro (PTB), Gilmar da Cruz (PRB) e Carlão (PSB) também estão entre os investigados na operação e correm este risco. Eles, assim como Mario, Chocolate, o ex-vereador Alceu Bueno, João Baird, João Amorim e Fábio Portela foram obrigados a prestar depoimento no dia que a Operação Coffee Break foi deflagrada.

Além das escutas, o Gaeco analisa os aparelhos celulares de todos os citados anteriormente e dos vereadores Eduardo Romero (PTdoB), Flávio César (PTdoB) e Otávio Trad (PTdoB). Marcos Alex está ouvindo outras testemunhas, investigados e também solicitou quebra de sigilo fiscal e bancário.

Os depoimentos continuam na próxima semana. O Gaeco ainda pretende ouvir pelo menos 10 novos citados em escutas ou nas oitivas.

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) é um dos convocados pelo Gaeco. Ele teria se reunido com vereadores dias antes da cassação de Bernal. O vice-prefeito Gilmar Olarte será um dos últimos ouvidos na investigação.