Situação chegou a nível insustentável, diz senador de MS
Conflitos entre índios e fazendeiros em Mato Grosso do Sul é pauta de reunião marcada para a próxima terça-feira (14) entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e membros da bancada federal. O anúncio foi feito na tarde de quinta-feira (9) pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que chegou a cogitar a convocação do titular da pasta para dar explicações no Senado.
“Enfim, o ministro da Justiça marcou a reunião que pretendíamos para discutir os conflitos por terra em MS entre índios e produtores. Será na próxima terça-feira, em Brasília. Essa situação chegou a um nível insustentável. Não dá mais para adiar a solução”, postou o senador em sua página no Facebook.
Mais cedo, Moka fez pronunciamento no Senado defendendo a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 71/2011, que torna legal a indenização pelas terras e benfeitorias de possuidores de títulos dominais da União de terras posteriormente declaradas historicamente indígenas. “A indenização dos proprietários, pela terra nua e benfeitorias, contribui enormemente para acabar com o conflito no Estado, indenização essa que é plenamente justificável em função de não haver grileiros ou invasores nessas terras, e sim proprietários, muitos deles com documentação ainda do tempo do marechal Cândido Rondon”, diz o parlamentar.
O clima entre fazendeiros e índios voltou a esquentar no fim de junho, quando um grupo indígena entrou nas áreas da Fazenda Madama, em Coronel Sapucaia, cone sul do Estado. Fazendeiros se juntaram para tentar retirar o pessoal da área e houve início de conflito, culminando com o envio de tropa da Força Nacional de Segurança à região.
As duas partes cobram, principalmente, solução efetiva do governo federal para os conflitos. Há cerca de 90 fazendas ocupadas – em terras retomadas, na visão dos índios – atualmente em Mato Grosso do Sul, algumas com histórico de tensão e morte, como nas terras chamadas de Aldeia Buriti, entre Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia.