Presidente da Câmara cobra demissões

Apesar de liderar a Câmara Municipal em decisões consideradas pela oposição como blindagem para o prefeito (PP), e de ser do partido apontado como maior ‘donatário' de espaço e cargos na atual gestão municipal, o presidente da Câmara de , Mario Cesar (PMDB), disse que está ‘preocupado' com a falta de atitude de Gilmar Olarte (PP) sobre uma alegada crise financeira da Capital.

Mario, apontado como responsável pela indicação do secretário municipal de receita, Ricardo Vieira Dias, chega a dizer que o discurso do prefeito ‘entra em contradição com a prática'. O PMDB tem ainda a Sedesc, apontada como ‘domínio' do vereador Edil Albuquerque, e reconhecida influência de Paulo Siufi na Sesau, ocupada pelo também vereador Jamal Salém.

Não há levantamento de quantas indicações para nomeações partiram de vereadores, mas até áudios gravados com autorização judicial registram suposta divisão em algumas secretarias de espaço para comissionados em ‘meio a meio' entre vereadores e o prefeito.

Ainda assim, o presidente da Câmara afirma não entender qual a razão do prefeito manter tantos cargos comissionados, mesmo reclamando diariamente de dificuldade financeira. A contradição faz o vereador desconfiar de um truque para turbinar último ano da gestão de Olarte.

“Teria que reduzir. Ele sabe onde aperta ou então a crise é uma grande mentira, com números que não são verdadeiros. Pode ser uma grande maquiagem para criar um grande desgaste e ano que vem dizer que fez uma boa gestão. Podem estar criando um cenário de terror para no ano que vem mostrar que está tudo bem”, analisou.

O vereador questiona o número de comissionados de Olarte, mesmo com a crise. Ele compara a situação a de uma empresa. “Se você tem 15 funcionários, na primeira crise você reduz para dez e, se for o caso, contrata de novo depois”, justificou.

Mario lembra que na gestão de Alcides Bernal (PP) as críticas tinham como foco a falta de comissionados, o que não acontece nesta gestão, onde há excesso de cargos. Ele entende que este exagero é um dos maiores problemas da alegada crise, visto que o prefeito pode estar gastando até R$ 93 milhões anuais com comissionados. Ele chega a esta conta ao multiplicar os R$ 7 milhões alegados por 13,33, considerando os 12 meses de salário, décimo terceiro e 1/3 de férias.

Sem citar que o secretário municipal de Receita é indicação dele, Mario Cesar, diz não haver dúvidas de que a prefeitura enfrenta problema sério de má gestão, que acaba se aliando a redução no repasse do Fundo de Participação dos Municípios e de ICMS. Ele entende que “As duas coisas colaboram. Se tiver má gestão e dinheiro entrando, consegue superar isso. Mas, quando não tem dinheiro e a gestão não é eficiente, a situação fica pior”.