Com foro privilegiado, deputados ficam livres de entregar celulares ao Gaeco

Zeca do PT e Elizeu Dionízio (PSDB) sequer receberam notificação 

Beneficiados por foro privilegiado, por exercerem atualmente o mandato de deputados federais, apenas os ex-vereadores Zeca do PT e Elizeu Dionízio (PSDB) não foram notificados para apresentar voluntariamente os celulares para análise do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os demais vereadores que participaram da votação que cassou Alcides Bernal (PP), incluindo a atual vice-governadora, Rose Modesto (PSDB) e o próprio prefeito, já foram todos notificados.

Por decisão judicial, o Gaeco já havia apreendido os celulares dos vereadores Mario Cesar (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Jamal (PR), Airton Saraiva (DEM), Edson Shimabukuro (PTB), Gilmar da Cruz (PRB), Chocolate (PTB), Flávio César (PTdoB), Otávio Trad (PTdoB) e Eduardo Romero (Rede Sustentabilidade), além do ex-vereador Alceu Bueno (sem partido).

Deste modo, foram entregues notificações para a deputada estadual Grazielle Machado (PR), vice-governadora Rose Modesto, e dos vereadores: Alex do PT, Ayrton do PT, Luiza Ribeiro (PPS), Cazuza (PP), Paulo Pedra (PDT), João Rocha (PSDB), Chiquinho Telles (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Coringa (PSD), Carla Stephanini (PMDB), Vanderlei Cabeludo (PMDB) e Juliana Zorzo (PSC) que exercia cargo de suplência na época. Apenas Zeca do PT e Elizeu Dionízio não foram notificados por se enquadrarem no foro privilegiado, inerente ao cargo de deputado federal.

A notificação, assinada pelo promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira pede que os vereadores entreguem, voluntariamente, os aparelhos no prazo de até 5 dias. “Vale ressaltar que é uma entrega voluntária, então, quem não entregar o aparelho, não receberá nenhum tipo de punição por isso”, esclareceu a assessoria do Gaeco.

Denúncia

O vereador Jamal Salem (PR), disse na última terça-feira (20), que Bernal teria montado uma conspiração para afastar os 17 vereadores e oferecido entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão para conseguir votos favoráveis a sua permanência na Prefeitura. Jamal foi convocado pelo Gaeco para depor na segunda-feira (26) e esclarecer as afirmações.

Conforme o Gaeco, Jamal Salem (PR) já foi ouvido durante a Operação Coffe Break, porém, em seu depoimento, não havia mencionado sobre a possível compra de votos por parte de Bernal. Agora, ele deverá apresentar provas das acusações, ou poderá ser indiciado por ação caluniosa pelas pessoas que tiveram os seus nomes envolvidos.

O Gaeco confirmou que todas as notificações terminaram de ser entregues na sexta-feira (23), inclusive a que pede apresentação voluntária do celular do prefeito Alcides Bernal. (Com supervisão de Waldemar Gonçalves)