Também houve nova eleição

Na Câmara Municipal de Campo Grande, o que não faltou foram reviravoltas dignas de uma novela em 2015, que deixaram muitos políticos de boca aberta e a população revoltada. Presidente da Casa de Leis é afastado, retorna, mas renuncia ao cargo, vice-presidente que quase virou prefeito assume e nova eleição é feita, com a escolha de um terceiro nome.

Dando nomes aos bois, o vereador Mario Cesar (PMDB), que ocupava o cargo de presidente, foi afastado em 25 de agosto, em desdobramentos da Operação Coffee Break, que também resultou no afastamento de Gilmar Olarte (PP).

Em seu lugar, assumiu a presidência da Casa de Leis interinamente o vice-presidente, vereador Flávio César (PT do B). Ele quase virou prefeito de Campo Grande, uma vez que o prefeito foi afastado e o próximo na linha sucessória, Mario Cesar, também havia sido afastado das funções públicas.

Flávio só não virou prefeito, porque horas depois, no mesmo dia dos afastamentos, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) reconduziu Alcides Bernal (PP) ao cargo de prefeito da Capital. Passado o período de transição e quando a poeria parecia baixar, a Justiça autoriza Mario Cesar a voltar à Câmara Municipal, acolhendo mandado de segurança de sua defesa.

O parlamentar volta a Casa de Leis, mas renuncia ao cargo de presidente, anunciando nova mudança, uma vez que Flávio César só ocupava interinamente. Mario Cesar escolheu renunciar, segundo ele, para que a Câmara tivesse mais isenção, já que estava em andamento uma investigação no legislativo sobre ele e mais oito parlamentares, em decorrência da Coffee Break.

Os vereadores Flávio César e João Rocha (PSDB) foram os únicos nomes, pelo menos que se tornaram públicos, interessados em ocupar a presidência. Mas, dias depois, Flávio anunciou que não teria interesse em pleitear o cargo deixado por Mario, por entender que foi eleito como vice-presidente e assim deveria permanecer.Câmara teve presidente afastado, que renunciou e vice quase prefeito

Único nome para votação, João Rocha recebeu 27 votos favoráveis, 1 contrário, com uma abstenção, e foi eleito presidente da Câmara Municipal. O parlamentar ganhou dizendo que o principal desafio seria estabelecer diálogo com o prefeito Alcides Bernal, o que não vem ocorrendo como planejado.

Antes mesmo de João ser eleito, prefeito havia reclamado da escolha, dizendo que se trataria de um novo golpe para retirá-lo do Paço Municipal. Caso o prefeito seja novamente afastado, quem assume é o presidente do legislativo municipal.

Uma vez empossado, João se reuniu com Bernal, mas mal terminaram o encontro, os vereadores decidiram não votar projetos de autoria do Executivo Municipal, já que o prefeito não enviava respostas de requerimento dos parlamentares, e assim vai.

O ano legislativo terminou com promessas de mudanças para 2016 e a tão propalada e distante “harmonia entre os dois poderes”. Agora é esperar 2 de fevereiro, quando os trabalhos na Câmara serão retomados.