Representantes da Cultura avaliam que problema não será resolvido sem investimento

O pedido de demissão de Juliana Zorzo não animou vereadores e artistas que nos últimos dias estão cobrando do prefeito Gilmar Olarte (PP) os R$ 4 milhões prometidos em investimentos, pagamentos de cachês atrasados e elaboração de políticas públicas voltadas para o setor.

O ator Victor Samudio, um dos integrantes do movimento “”, entende que o problema maior não está no secretário, mas na falta de autonomia para tocar a Fundação de Cultura de Campo Grande.

“Não adianta culpar o diretor, se ele não tem autonomia financeira e tem que ficar pedindo benção para o prefeito, secretário de Governo e de Finanças para que tenha orçamento financeiro liberado. O grande problema é o não entendimento e falta de capacidade de gestão mais dos cabeças, que são o prefeito e o secretário de Finanças (André Scaff). Qualquer pessoa que entrar hoje será a mesma coisa”, avaliou.

O vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB) concorda com Victor e avalia que o problema é muito mais financeiro. “Acho que se não tiver grana para tocar não muda nada. A Juliana foi desmoralizada porque não tinha grana e acabou perdendo a credibilidade. Se não tiver bala na agulha, não resolve. Daqui dois meses está do mesmo jeito ou pior”, opinou.

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) também entende que a saída de Juliana não vai mudar nada se o prefeito não fizer uma avaliação melhor do problema. Ela espera que este pedido de demissão sirva como reflexão para o prefeito, para que entenda que há uma crise no setor.

“Espero que ele entenda que a Cultura não está sendo tratada adequadamente por ele e pelo chefe das finanças e chame os artistas para falar que vai fazer o pagamento dos cachês e do Fonteatro e FMIC. E não estamos falando deste ano não, mas de 2014”, aconselhou.

O vereador Chiquinho Telles (PSD) é o único que espera mudança com a saída de Juliana. Ele entende que a troca abre espaço para um novo diálogo com a categoria. Porém, avalia que tudo dependerá de quem será o próximo escolhido.

 “Tem que ser uma pessoa técnica e que não atenda só um segmento. O desgaste foi criado lá atrás. A Cultura tem que ter sangue novo. Acho que os artistas conseguiram uma das coisas que queriam e agora vai. Abre uma esperança”, concluiu.