Aécio sinaliza que PSDB não assinará denúncia contra Cunha no Conselho de Ética

Somente um deputado tucano assinou o pedido

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Somente um deputado tucano assinou o pedido

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) sinalizou que o PSDB não deve endossar o pedido de investigação por quebra de decoro parlamentar do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com o senador, que é presidente nacional do partido, esta é uma questão para a bancada da Câmara resolver.

Além disso, Aécio enfatizou que o PSOL, partido que ao lado da Rede decidiu representar contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara, não tomou iniciativa de endossar o pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

“Acho que esta é uma decisão da Câmara. Há ali uma cobrança para que o PSOL também pudesse endossar o pedido de afastamento da presidente da República. Mas esta não é a questão essencial”, disse o senador em entrevista nesta quinta-feira (15).

Somente um deputado tucano, Max Filho (ES), assinou o pedido que conta com outras 43 assinaturas de parlamentares de outros partidos, inclusive do PT. O PDMB da Câmara, no entanto, tem adotado mais uma postura de defesa de Cunha.

O líder da bancada, Carlos Sampaio (SP) chegou a conceder o “benefício da dúvida” para Cunha e nesta quinta, ao articular um novo pedido de impeachment da presidente Dilma, em São Paulo, adotou a mesma postura de Aécio de atribuir a pedido apresentado no Conselho de Ética ao PSOL, partido definido por ele como “linha auxiliar” do PT.

Além dele, outro tucano saiu na defesa explícita de Cunha. João Gualberto (BA) chegou a bater boca com o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) durante uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, nesta semana.

Ao forçar uma reconvocação de Cunha, Valente observou que o presidente da Câmara mentiu à CPI ao dizer que não tinha contas além das declaradas aqui no Brasil. Gualberto saiu na defesa de Cunha dizendo que ele não era o “protagonista” da investigação sobre o esquema investigado pela Operação Lava Jato.

Aécio disse, no entanto que o partido defende o afastamento de Cunha da Presidência da Câmara. “A posição do partido já foi colocada e nós reiteramos. O caminho que achamos mais adequado é o afastamento do presidente da Câmara da Presidência para que ele possa se defender. E o PSDB votará no Congresso Nacional, e na Câmara dos Deputados de forma especial, com base nas provas que serão apresentadas”, disse o senador. O tucano ainda evitou criticar um possível acordo costurado com Cunha, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 “Eles estão no seu papel. Nós da oposição – vou deixar isso aqui muito claro – tivemos em vários momentos, neste último ano, ano e meio, entendimentos com presidente da Câmara dos Deputados que ampliou o espaço de atuação das oposições na Câmara dos Deputados. Tudo isso feito absolutamente à luz do dia”, disse Aécio.

“Tivemos participações em comissões de inquéritos que estão investigando denúncias em relação ao governo, outras foram abertas. Relatorias importantes como a da Reforma Política foram conduzidas pela oposição. Isso é do jogo parlamentar. Mas no momento em que essas denúncias em relação ao presidente da Câmara chegam, e elas são gravíssimas, obviamente, cabe a ele se defender, e, obviamente, o PSDB não tem nenhum compromisso com eventuais irregularidades que possam ter sido cometidas por ele”, disse o senador.

 

 

 

 

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