Vereadores são cobrados porque aprovaram lei, lembra sindicalista

A própria Prefeitura de Campo Grande estimula o discurso da oposição, a partir do momento em que descumpre lei sobre o piso salarial dos professores. A análise é do presidente do ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, em relação a afirmações, por parte de interlocutores do Executivo, de que a greve da categoria reduziu-se a ato político e palanque eleitoral para opositores.

“Temos sempre o cuidado de sermos um sindicato plural, não temos conotação política, não defendemos nada de cunho político”, rebate o dirigente. Segundo ele, vereadores, seja da oposição ou da base aliada, nunca foram convidados a participar de assembleias da categoria e, se vão até o sindicato, é por vontade própria: “é um local público, não podemos proibir que entrem lá”.

Geraldo lembra de outras situações de embate entre a categoria e a Prefeitura para se contrapor à questão política. “Cobramos Nelsinho (Trad, PMDB, prefeito até dezembro de 2012), Bernal (Alcides, PP, prefeito entre janeiro de 2013 e março de 2014), diferentes secretários de Educação. Quem estiver lá, vai nos atender. Não uso o CNPJ do sindicato para nada disso não”, continuou o sindicalista, sobre possível interesse em alimentar tentativa da oposição em instaurar Comissão Processante contra o prefeito, Gilmar Olarte (PP).

Sobre as manifestações de professores na Câmara Municipal, o presidente do ACP aponta que a lei prevendo a equiparação do piso local ao nacional foi aprovada pelos vereadores, por unanimidade.  “A lei orgânica diz que eles precisam zelar pelas leis, é compromisso deles”, pontua.

Há, ainda, o argumento de que os 13,01% reivindicados pela categoria, se concedidos, iriam extrapolar os gastos da Prefeitura com pessoal, em desacordo com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Neste sentido, o presidente do ACP garante que a categoria não tem sido radical, e sugeriu que o Município fizesse o parcelamento do reajuste em dez vezes – a proposta do Executivo era de 8,5% parcelados até dezembro.