Ex-prefeito disse que sindicânia apontou irregularidades e que Nelsinho terá de responder na polícia

O ex-prefeito (PP), cassado em março deste ano, se defendeu das acusações levantadas pelo ex-prefeito (PMDB) e pré-candidato ao governo do Estado, de que o sistema não funcionou porque Bernal teria exonerado 50 servidores contratados e que estavam em treinamento para operar o sistema. Segundo assessoria de imprensa de Trad, o sistema não funcionou porque faltou treinamento na gestão de Bernal. “Essa é mais uma inverdade desse rapaz que consumiu recursos federais para um sistema que não funcionava e nunca funcionou por uma série de situações que não dava condições de o sistema operar”, afirmou Bernal nesta quarta-feira (18).

Segundo Bernal, assim que assumiu a Prefeitura promoveu algumas sindicâncias, entre elas, sobre o sistema Gisa. “A sindicância aponta uma série de irregularidades como a inexistência do código fonte, falta de implementação técnica, pagamentos indevidos, cronologia desrespeitada. O resultado da sindicância foi encaminhado para a Polícia Federal, e ele (Nelsinho) vai ter que responder sobre isso na polícia”, afirmou o ex-prefeito.

“Como ele quer transferir para outra pessoa a responsabilidade que é dele? Ele começou há oito anos, pagou o sistema todo, que nunca funcionou e agora quer transferir a responsabilidade que é dele? Isso é uma conduta imoral, ilícita e de improbidade”, destacou Bernal. “É um ato de extrema irresponsabilidade”, disse.

Nelsinho Trad firmou contrato de R$ 10 milhões com a Telemidia & Technology International Comércio Serviços para marcação de consultas por telefone. O sistema nunca funcionou.

A assessoria do pré-candidato ao governo pelo PMDB afirmou que, ao deixar a Prefeitura, Nelsinho teria contratado 50 funcionários para treinamento no Imti (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) para operar o sistema. Quando assumiu a Prefeitura, Bernal teria mandado essas pessoas embora, o que impossibilitou o funcionamento do Gisa.

De acordo com Bernal, não houve exoneração desses servidores. “Isso é ridículo, é querer colocar à prova a inteligência de todo mundo. Ele gastou R$ 10 milhões em um sistema que nunca funcionou”, ressaltou Alcides Bernal.

No dia 3 de maio de 2013, o ex-diretor coordenador de Tecnologia da Informação da Sesau, André Luiz de Castro, prestou depoimento para a Comissão de Sindicância sobre o sistema Gisa, que deveria funcionar de forma integrada e coordenada. De acordo com o depoimento de André Luiz, o sistema apresentou irregularidades nos 12 módulos, como falta de cedência de código-fonte para a Prefeitura, sistema não atualizava Tabela SIA e outras tabelas do Ministério da Saúde e falta de atualização pela Telemídia.