Maioria dos deputados sinaliza nova blindagem a Puccinelli contra processo no STJ

Ação no STJ surgiu depois de Puccinelli referir-se ao ex-prefeito Alcides Bernal como ladrão; Assembleia já livrou o governador de pelo menos outras duas investigações.

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Ação no STJ surgiu depois de Puccinelli referir-se ao ex-prefeito Alcides Bernal como ladrão; Assembleia já livrou o governador de pelo menos outras duas investigações.

A maioria dos deputados estaduais sinaliza nova blindagem ao governador, André Puccinelli (PMDB). Desta vez em relação ao processo movido no STJ (Superior Tribunal de Justiça) pelo ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), por crime contra honra, depois de ter sido chamado pelo peemedebista de ladrão.

Puccinelli tem histórico de blindagem. Já conseguiu dos deputados, em outras ocasiões, negativas em relação a investidas judiciais, como em maio de 2012 e em dezembro de 2009.

O líder do governo, deputado estadual Júnior Mochi (PMDB), desconsiderou o processo. “Se todos os xingamentos virassem processos…”, satirizou. O vice-líder governista, Márcio Fernandes (PTdoB), disse que o processo não tem fundamento. “Vou votar contra”, adiantou.

Márcio Monteiro (PSDB) disse que seria melhor processar Puccinelli depois do término do mandato. “Como pessoa comum, o processo tramita com mais liberdade e apura aqui”, afirmou o tucano.

Da mesma bancada, Dione Hashioka (PSDB) preferiu não se manifestar. “Isso é coisa política, tem de pensar”, considerou. O também tucano Onevam de Matos foi outro deputado que preferiu não se posicionar. “Não sei o que é”, resumiu.

O peemedebista Carlos Marun defendeu o processo contra o governador só depois do fim do mandato, para não atrapalhar a administração. “O momento certo é esperar concluir o mandato e não ficar perdendo tempo, como quando houve julgamento político na Câmara. Precisamos do governador governando”, afirmou.

“Depois vai ter tempo para se justificar”, completou o parlamentar. O progressista foi cassado no dia 12 de março pela Câmara Municipal de Campo Grande por irregularidades político-administrativas.

Felipe Orro (PDT), apesar de ser oposição ao governo, esquivou-se. “Vou analisar”, pontuou. P colega e correligionário George Takimoto absteve-se: “não vou falar”.

Também da atual oposição, Lauro Davi (PROS) foi na mesma linha. “Não vou dizer, porque preciso analisar e não refere-se a atos do mandato”, disse.

Já Osvane Ramos, do PROS, foi decisivo em seu posicionamento. “Bernal tem seu direito, mas precisamos fazer Mato Grosso do Sul andar e deixar de lado as picuinhas”, respondeu.

O deputado Zé Teixeira (DEM) disse que o processo tem de ser como pessoa comum e criticou o processo burocrático. “Mandar para o parlamento um pedido que nada tem a ver com a administração? A Justiça está aí para ser cumprida”, afirmou.

Os únicos que deram sinais de liberarem o pedido de autorização do STJ para processar o governador são os petistas. A bancada é composta de quatro parlamentares: Pedro Kemp, Amarildo Cruz, Cabo Almi e Laerte Tetila.

Kemp disse “que sempre vota a favor de abertura de processos contra o governador”. Amarildo completou dizendo que “quem não deve não teme”.

Há tendência de bancada votar a favor do pedido. Cabo Almi já disse que vai seguir a bancada, euquanto Tetila não opinou por ter faltado à sessão.

O pedido foi lido na sessão desta quarta-feira (6) e será encaminhada à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para retornar ao plenário para a votação.

Origem

Durante evento em Dourados, no dia 28 de março deste ano, Puccinelli disse que Bernal tinha sido cassado porque era ladrão. “Erraram em Campo Grande. A Câmara destituiu. Vão aparecer roubalheiras e mais roubalheiras lá. Não foi tirado por golpe político, não, foi por ser ladrão. E tem provas”, diz o trecho do vídeo.

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