A sessão da Câmara de Vereadores desta manhã (26), para definir a abertura de uma CPI que vai investigar o desvio de verba pública do setor de saúde de foi interrompida novamente, em meio a indignação de membros de entidades ligadas à saúde e estudantes, que lotaram a Casa.

Os novos protestos aconteceram quando o vereador João Rocha (PSDB), líder do partido na Câmara, sugeriu que a CPI fosse substituída pela criação de uma Comissão especial da Casa para prosseguir com as investigações.

Os presentes começaram vaiar o vereador, em meio a gritos de “Oligarquia! Oligarquia!”. O presidente da Câmara, vereador Mário César (PMDB), suspendeu a sessão. João Rocha se aproximou da população e precisou ser afastado por vereadores da turma do deixa disso, já que os ânimos dos presentes estava alterado. “Vocês usaram dinheiro da saúde para bancar campanha!”, gritavam.

Antes, a sessão havia sido suspensa por mais de meia hora, após os vereadores se reunirem a portas fechadas. A pausa já tinha deixado os presentes descontentes. 

Um dos manifestantes que puxaram o coro, o empresário Carlos Alexandre, está convicto de que a CPI não vai sair do papel. “É uma caixa-preta. Os vereadores que não querem essa CPI jamais vão permitir uma investigação, porque de certo estão envolvidos nisso até o pescoço”, acredita.

O engenheiro civil Elias Atala ironizou o fato da comissão estar sujeita a aprovação da oposição. Ele lembrou que boa parte dos vereadores que hoje integram a oposição eram base de sustentação de Nelsinho Trad (PMDB) e, de certa maneira, estão comprometidos. Ele lembrou que nos últimos anos a Saúde de Campo Grande foi comandada por Luiz Henrique Mandetta (DEM), primo, e , cunhado de Nelsinho Trad.  “Durante anos a saúde de Campo Grande foi designada a esta família”, observou.