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Política

Puccinelli afasta demissão de Dobashi e culpa ex-secretários de Nelsinho por caos na saúde

Se o gestor municipal disser, em gestão plena, eu quero desse jeito, secretário estadual de Saúde tem que fazer do jeito que ele quer”, afirmou o governador sobre o serviço na Capital
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Se o gestor municipal disser, em gestão plena, eu quero desse jeito, secretário estadual de Saúde tem que fazer do jeito que ele quer”, afirmou o governador sobre o serviço na Capital

Apesar de operação da Polícia Federal apontar desvio de milhões de reais em hospitais de Mato Grosso do Sul e do apelo cada vez maior da população por melhorias na saúde, o governador (PMDB) não cogita demitir a secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi. Para ele, a responsabilidade pelo caos no setor é dos ex-secretários do ex-prefeito (PMDB).

Para fundamentar a afirmação, Puccinelli viajou ao passado e fez um resumo do sistema de saúde brasileiro até chegar em 1997, quando, em sua gestão como prefeito de , municipalizou o serviço.

“Em 1997, um tal de prefeito André Puccinelli fez de Campo Grande a primeira cidade com gestão plena, ou seja, as normativas totais eram dadas pelo gestor municipal”, disse o governador para tirar de Dobashi a culpa pelos problemas no atendimento público.

Em março deste ano, a Polícia Federal trouxe à tona a Operação Sangue Frio que apontou formação de quadrilha para desviar verba pública dos Hospitais do Câncer e Universitário. A investigação também revelou o superfaturamento de 70% dos serviços em comparação à tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) no hospital por meio da Neorad, de propriedade de Adalberto Siufi, que terceirizada tratamentos de oncologia do Hospital do Câncer (HC).

O início do esquema

O esquema começou a ser montado graças a uma decisão de 2008 da CIB (Comissão Intergestora Bipartite), comandada pela secretária estadual, secretário municipal e representantes de hospitais. Na época, a comissão determinou que o Hospital Regional abandonasse de vez o atendimento de radioterapia e o serviço ficou centralizado no Hospital do Câncer e no Hospital Universitário, com direção de Adalberto Siufi, apontado pelo MPF (Ministério Público Federal) como mentor do esquema de desvio de verba.

No mesmo ano, no entanto, o HU também paralisou o serviço e toda a radioterapia em Mato Grosso do Sul acabou indo para o HC, que terceirizava os tratamentos, privatizando o serviço com a contratação da Neorad. Em 2012, o Ministério da Saúde anunciou investimento de R$ 505 milhões para 80 unidades da rede oncológica no País. Na ocasião, uma decisão da CIB destinou um dos aparelhos de radiotarapia para o Hospital do Câncer, principal alvo da operação da Polícia Federal.

Dobashi manda na CIB, diz secretário

Em outubro de 2012, o então secretário de Saúde de Campo Grande, , disse que Dobashi seria a patente máxima da CIB e responsável principal pelas decisões da comissão. “Desculpe a expressão, ele tirou o corpo fora”, rebateu Puccinelli.

Para proteger sua secretária, ele reforçou que “se não confrontar lei estadual e lei federal, Campo Grande pode dizer, eu faço a saúde que eu quero, sozinho”. “Se o gestor municipal disser, em gestão plena, eu quero desse jeito, secretário estadual de Saúde tem que fazer do jeito que ele quer”, reforçou. Na primeira gestão de Nelsinho e no início da segunda, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) comandou a secretaria de Saúde e, depois, Mazina assumiu o cargo.

Questionado, então, se como governador do Estado avalia que a CIB errou ao privatizar o serviço de oncologia de Mato Grosso do Sul, Puccinelli declarou que o “problema é da CIB”. “Não me cabe dizer se acertaram ou não, porque está em gestão plena, quem cabe dizer é o município”, insistiu.

O governador ainda disse que “não tem caos na saúde no Estado” e afirmou que o desvio de verba nos hospitais é um caso isolado. “É a pessoa, não é o sistema. Se eu tenho um irmão gêmeo e ele mata um cara, fui eu, é o indivíduo”, comentou, fazendo menção a Adalberto Siufi, acusado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal e Estadual de articular o esquema da privatização do câncer.

Para finalizar, Puccinelli ainda fez questão de destacar a atuação de Dobashi. “Ela foi considerada pelo Conas (Conselho Nacional de Saúde) a melhor secretária estadual de saúde do país, coloco a mão no fogo por ela, porque sei a capacidade técnica e a probidade dela”, enfatizou.

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