O PMDB sinaliza estar jogando com a questão do apoio à reeleição a presidente Dilma Roussef (PT). Isso porque o governador (PMDB) prometeu à presidente um palanque do partido em MS, mas recentemente recuou, declarando que vai apoiá-la individualmente. A movimentação relembra as eleições de 2010, quando Puccinelli chamava Dilma de ‘fada-madrinha' e mesmo assim acabou apoiando o tucano José Serra para a presidência. Detalhe: o presidente licenciado do PMDB, Michel Temer era candidato a vice na chapa da petista.

O presidente regional do PMDB, deputado estadual Junior Mochi avalia que o apoio a Dilma é simples, mas que a decisão de Puccinelli é individual. “O Puccinelli tomou uma posição pessoal porque entende que ela tem feito uma boa administração e contribuindo com o governo de MS. Agora no PMDB vamos discutir essa questão, porque o apoio a ela é simples; já as questões locais são outros quinhentos”, declarou.

Vale lembrar que em 2010 as questões locais foram o pavio que colocaram fim o apoio do PMDB ao adversário tucano. Puccinelli chegou a negociar aliança com Dilma, assim como está fazendo para 2014, mas decidiu apoiar Serra por causa da rixa política entre PT e PMDB em MS.

Na avaliação do líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB), o PMDB inteiro tem que fechar com Dilma. “Tem que ser por inteiro. Com um palanque ou com dois, não importa. Se ela está ajudando MS, está indo dia 2 de dezembro entregar 1.224 casas em Três Lagoas, como não vamos reconhecer um trabalho desses? Para mim o PMDB inteiro tem que fazer (campanha). Tem que ser fato consumado”, destacou.

Sobre o recuou de Puccinelli em 2010, Rocha desconversou e disse que não havia promessa de apoio do PMDB para a campanha. Contudo a história foi bastante parecida com o momento atual. Após chamá-la de Fada Madrinha e prometer apoio, Puccinelli reuniu a cúpula para fechar apoio em prol da campanha de Serra.

Com o acordo fechado, Puccineli começou a chamá-la de ‘ex fada madrinha' e empurrou a responsabilidade de apoio a chapa de Dilma e Temer ao ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, o ex-vice-prefeito Edil Albuquerque, o deputado federal Geraldo Resende e o então presidente da câmara, Paulo Siufi.

O clima entre os partidos esquentou quando Puccinelli, após fazer uma campanha calma, mudou totalmente na presença de Serra, chamando os petistas de “mentirosos e safados”, além de desferir duras críticas ao então presidente Lula. Por sua vez, Lula, quando esteve na Capital, durante comício com Dilma, atacou Puccinelli dizendo que não era honesto, justo ou eticamente correto.

Antes da visita de Dilma e Lula, Puccinelli chegou a pedir a Temer, para que a presidenciável não viesse ao Estado, mas o vice de Dilma não atendeu a solicitação. Com isso, André recebeu o presidente na base aérea de Campo Grande. Os dois conversaram durante cerca de cinco minutos, mas Puccinelli não acompanhou a agenda de Lula no estado.

Recentemente, o governador disse que havia prometido a Dilma não apoio do PMDB, mas apenas dele, ironizando com expressões como “Em MS Andrézinho ganha para Dilma sozinho”. Ao tomar conhecimento sobre a posição de Puccinelli, o senador Delcídio Amaral (PT), confirmou o recuou. Delcídio disse que conversou pessoalmente com Dilma e à ela Puccineli prometeu apoio incondicional do partido e não campanha isolada.