Jagás, Salute e Mega Serv: CPI do Calote no rastro de contratos sem licitação de Bernal

Três empresas contratadas emergencialmente para prefeito de Campo Grande, por mais de R$ 10 milhões, estão na mira da CPI do Calote nessa semana

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Três empresas contratadas emergencialmente para prefeito de Campo Grande, por mais de R$ 10 milhões, estão na mira da CPI do Calote nessa semana

Contratos com três empresas sem licitação assinados pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, por valores que ultrapassam R$ 10 milhões, serão investigados mais profundamente nessa semana pela CPI da Inadimplência, também conhecida como ‘CPI do Calote’.

As empresas de pequeno porte Jagás, Salute e Mega Serv apresentam, entre si, ume semelhança: em seus endereços que aparecem nos contratos não há instalações, ou elas são diminutas, e não condizem com o valor, nem com a finalidade das contratações, todas em grandes valores e volumes.

A exemplo do que fez com a Salute, mais uma vez a reportagem tentou entrar em contato com a direção da Jagás, emergencialmente contratada pela prefeitura de Campo Grande,para o fornecimento de botijões de 13 e 45 quilos para diversas secretarias municipais, especialmente a SAS – Secretaria de Assistência Social.

Ocorreu a mesma coisa que se deu com a Salute Distribuidora de Alimentos, igualmente contratada sem licitação pelo próprio prefeito Alcides Bernal, sem ter sede adequada em Campo Grande, mas que recebeu um contrato de R$ 5,8 milhões.

No caso da Jagás, embora uma mulher atendesse um suposto telefone da empresa, que consta em uma nota fiscal, e confirmasse que a sede ficaria na rua Estevão de Mendonça, 508, vila Nasser, Campo Grande, o local está abandonado há mais tempo que o noticiado ontem.

Fotos do satélite Google, usadas na reportagem, revelam um situação que ocorria no começo da ano. A situação do local é de abandono, ao menos de seis meses para cá.

Vizinhos que conversaram com a reportagem, sem querer se identificar, forneceram datas diferentes para o fechamento do pequeno comércio de gás que havia no endereço, do qual nem sequer lembram o nome.

“Acho que já fechou faz uns oito meses”, disse uma senhora. Outra relatou que o local está inativo faz seis meses, e um senhor que atravessava a rua pontou cinco meses.

De qualquer forma, essas datas indicam que a Jagás não operava no local à época do contrato com a prefeitura, em março deste ano. O contrato foi obtido por meio de uma manobra estranha, na qual os donos da Jagás, classificada em licitação em segundo lugar, contestaram o resultado que indicou como vencedora a Micmar.

Depois da contestação, a Jagás é que foi contratada no lugar da vencedora, emergencialmente, e faturou cerca de R$ 100 mil. E ainda com R$ 24 mil a mais que a Micmar.

Mega Serv no mesmo caso

Uma terceira empresa também está sendo denunciada por vereadores da CPI do ‘Calote’, como inexistente em Campo Grande: A Mega Serv, que foi contratada também emergencialmente por R$ 4,5 milhões, para realizar o serviço de limpeza em postos de saúde.O contrato da Mega Serv tem duração de seis meses.

A reportagem tentou obter dados da empresa na Junta Comercial, em Campo Grande, e lá os funcionários não encontraram registros da empresa pelo nome.A empresa teria um endereço em Dourados.

Na próxima sexta-feira, 2 de agosto, tanto os diretores da Salute quando da Mega Serv estão convocados para prestar depoimento na CPI.

Já Elton Luiz Crestani, da Jagás, chegou a ser ouvido, mas disse desconhecer os termos do próprio contrato que mantinha com a prefeitura.

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