Desconfiado, o prefeito Alcides Bernal (PP) disse, nesta quinta-feira (30), que o empréstimo de R$ 70 milhões à Santa Casa deverá demorar a sair por falta de certidão negativa de débito e destacou a necessidade de seguir a risca a lei a fim de não dar motivos para os adversários políticos cogitarem novamente sua cassação.
“Não posso fazer algo ilegal na Santa Casa. Sei que o hospital precisa de ajuda, mas falta certidão negativa de débitos e sem ela não é possível fazer o repasse”, disse o prefeito. “Embora eu queira ajudar, não posso cometer essa irresponsabilidade fiscal, que é tudo que meus adversários querem”, emendou.
Segundo ele, “desde outubro, quando se resolveu a eleição, luz água e água e outras obrigações deixaram de ser atendidas”. A falta de pagamento teria tirado da Santa Casa a certidão negativa de débitos. “Quem tem que pagar esse débito é o André (Puccinelli) e o Nelsinho (Trad)”, cobrou Bernal.
O prefeito também voltou a pedir uma investigação no hospital. “A Santa Casa não pode ser mais usada como penduricalho e cabide de empregos. Precisamos responsabilizar quem criou esse problema e quero que a CPI da Câmara estenda para a Santa Casa”, apelou.
Empréstimo
Na quarta-feira (29), Bernal acertou que a Prefeitura de Campo Grande vai autorizar o empréstimo de R$ 70 milhões ao hospital. O financiamento será para quitar as dívidas de curto prazo que, caso não forem pagas, podem paralisar o atendimento a pacientes em alguns setores. No total, a dívida é estimada em R$ 160 milhões.
A administração municipal também estuda aumentar o repasse mensal dos atuais R$ 14,6 milhões para R$17,6 milhões, que correspondem à verba do SUS (Sistema Único de Saúde). Hoje, a Santa Casa está sob gestão municipal, por isso, é preciso autorização da prefeitura para que o empréstimo fosse solicitado. O crédito será cedido pela Caixa Econômica Federal.
