Bernal suspeita da atuação de promotor que solicitou documentos que podem cassá-lo

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), não está nada contente com a atuação da Câmara Municipal e do Ministério Público Estadual (MPE). Bernal usou uma rede social para lembrar de ligações familiares da vereadora Grazielle Machado (PR), presidente da Comissão de Finanças da Câmara, e do promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha.

“Quem é este Promotor? É Filho do Conselheiro do TCE Saldanha, amigo íntimo e chefe de Lídio Lopes (atual deputado da base do governador, expulso do PP por infidelidade). É quem pediu à vereadora Grazielle Machado ( filha do Deputado Londres que há 50 anos está no poder), que lhe enviasse o relatório inventado para prejudicar a administração”, criticou o prefeito.

As postagens de Bernal acontecem depois que o promotor Alexandre Saldanha pediu para vereadora Grazielle Machado entregar ao Ministério Público um relatório onde ela o acusa de fazer pelo menos seis remanejamentos de mais de R$ 50 milhões sem autorização da Câmara. O relatório da comissão também foi entregue ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que dirá se o prefeito cometeu ou não irregularidades. Com o resultado da apuração do TCE, os vereadores decidirão se iniciam ou não o processo de cassação do mandato do prefeito.

O prefeito criticou a atitude do promotor, que na avaliação dele, mesmo sem conhecer os fatos, já fala em afastamento. “É quem promove verdadeira perseguição contra o prefeito instaurando investigação com base em denuncia anônima e divulga na imprensa para prejudicar o mesmo. É, sem dúvida, muito suspeita a sua atuação como representante do Ministério Público”, postou. .

Recentemente, uma declaração do líder de Bernal na Câmara, vereador Alex do PT, provocou polêmica. Ele acusou os poderes de fazerem um “triângulo das bermudas” com o objetivo de prejudicar a administração de Bernal. As declarações revoltaram os vereadores, conselheiros e promotores, que ameaçaram processar Alex. Porém, o vereador pediu desculpas e tudo ficou resolvido.

A briga entre os vereadores e a prefeitura está em uma confusão de entendimento entre o que é remanejamento e o que se avalia como suplementação. Bernal está autorizado pela Câmara a fazer suplementação de até 5% do orçamento sem pedir, mas não pode fazer remanejamento. A Comissão de Finanças da Câmara entende que Bernal fez remanejamento de R$ 50 milhões. Já a atual administração diz que fez suplementação dentro do que é permitido.