Os aliados ao prefeito (PP) na Câmara não aceitaram o desafio feito pela oposição, de abrir comissão processante para investigar irregularidades apontadas pelo prefeito. A oposição entende que seria uma oportunidade para o prefeito se defender, já que alega . Porém, aliados não querem nem saber de comissão processante.

“Isso é política. Amanhã será sepultada. Temos votos suficientes para não deixar abrir”, declarou o vereador Cazuza (PP) ao ser questionado sobre o famoso “quem não deve não teme”, levantado pela oposição. “Será um desgaste tremendo. Já mandaram para o Ministério Público, Controladoria Geral da União (CGU). Por que mexer aqui. Já não foram feitas as oitivas”, questionou.

O discurso de Cazuza, principal articular do prefeito na luta para derrubar a comissão, é o mesmo do líder do prefeito na Câmara, vereador Alex do PT. Ele também entende que é necessário deixar a investigação por conta da CGU e do Ministério Público.

“A Câmara já cumpriu o seu papel apresentando o relatório. Vai ter um desgaste. O que nós queremos é evitar o desgaste político desnecessário. Se tem provas robustas, o MPE e a CGU já tem tudo nas mãos. O que custa esperar a decisão destes órgãos, imparciais”, analisou.

O líder do prefeito acredita que a atitude da oposição não passa de uma questão política, criada para passar a impressão de que a gestão corrupta. “Em 20 anos do PMDB não fizeram nenhuma CPI. Por que querem abrir agora?”, indagou

O vereador Edson Shimabukuro (PTB), mais novo integrante da base do prefeito na Câmara, acredita que votará favorável a rejeição ao pedido de abertura de comissão processante. Todavia, pondera que tudo dependerá dos erros apontados no relatório da CPI do Calote. “Tem que ver se os erros são gritantes”, justificou.

O pedido de abertura de comissão processante será votado amanhã na Câmara de Campo Grande. Para escapar da comissão o prefeito precisará do voto de 10 dos 29 vereadores da Câmara. Caso dois terços, vinte votos, incluindo o do presidente, Mário César (PMDB), seja favorável a abertura, a mesa diretora faz um sorteio para definir três membros, que terão 90 dias para analisar se é favorável ou não a cassação, que vai a voto do plenário ao final, quando o prefeito pode ser cassado se 20 entenderem que ele cometeu irregularidades.