Deputados desmoralizam propaganda de Giroto contra Bernal

Governistas exibem no programa eleitoral indagações com eleitores sobre as ações realizadas por Bernal nos bairros, como se fosse função do legislador realizar obras. Parlamentares fizeram questão de afirmar que só o Executivo tem “a caneta na mão” para conduzir os investimentos na cidade

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Governistas exibem no programa eleitoral indagações com eleitores sobre as ações realizadas por Bernal nos bairros, como se fosse função do legislador realizar obras. Parlamentares fizeram questão de afirmar que só o Executivo tem “a caneta na mão” para conduzir os investimentos na cidade

Deputados estaduais tanto governistas quanto oposicionistas de forma unânime desmoralizaram, nesta quinta-feira (18), propaganda política do deputado federal Edson Giroto (PMDB), exibida todos os dias na televisão e na rádio, contra o deputado estadual Alcides Bernal (PP).

No programa eleitoral, a equipe do governista vai às ruas indagar a população sobre as obras realizadas em Campo Grande por Bernal. Ao mesmo tempo, exibe Giroto como o candidato “faz-tudo”, autor de obras na educação, assistência social e no setor habitacional, apesar de ele nunca ter ocupado cargo nas respectivas pastas. A estratégia é desqualificar a atuação política do adversário, como se fosse função dele realizar obras.

Para os deputados, a comparação é “indevida”. A certeza leva em conta o fato de não ser função do parlamentar a execução de obra. “Como que eu legislador vou executar obra?”, questionou o vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Márcio Fernandes (PTdoB). “Se fosse secretário de obras do município ou do Estado, eu faria”, emendou para reforçar que cabe ao prefeito, governador e aos secretários realizar obra.

Há 18 anos na Assembleia, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), também da base aliada do governador André Puccinelli (PMDB), disse que “nunca viu um deputado fazer obra”. “Somos legisladores, não temos a caneta para fazer licitação, não temos recurso”, explicou.

Ele frisou ainda que a única maneira de ajudar com verba a população é por meio das emendas parlamentares. “Por ano, o Estado nos dá R$ 800 mil em emenda, dá R$ 10 mil para cada município”, frisou. “Portanto, como deputado não tem como fazer obra, a não ser que pague do meu bolso”, concluiu.

Lauro Davi (PSB), outro apoiador da candidatura de Giroto, endossou o discurso dos colegas de Casa. “Não sou Executivo, que obra que você queria que eu fizesse? Aqui a gente coloca emenda pra educação, assistência social para Campo Grande e interior. Nem passa por aqui a obra, o deputado estadual, como o federal não tem possibilidade, por exemplo, de fazer uma escola”, comentou.

O discurso também é unanimidade entre parlamentares da oposição. “Não fiz nenhuma obra, deputado não realiza obra, deputado é legislador, faz projeto, debate, quem realiza obras é o Executivo, como não fui prefeito, nem governador não fiz obras”, explicou o deputado estadual Pedro Kemp (PT).

Para ele, a comparação feita pelo novo marqueteiro de Giroto na propaganda eleitoral para desqualificar a atuação política de Bernal não é correta. “É uma comparação indevida, se alguém foi secretário realizou obra porque estava na função de Executivo e tinha como obrigação fazer obra, agora, legislador que faz obra eu não conheço, porque não faz parte da função do legislador”, acrescentou o petista.

Da mesma forma analisaram os deputados Cabo Almi (PT) e professor Rinaldo Modesto (PSDB). “Quem faz obra é o Poder Executivo. O trabalho do Legislativo muitas vezes acaba ficando no anonimato, o legislativo não tem como impor a marca, por uma placa na obra. Você no máximo vota a favor da emenda, depois é responsabilidade do Executivo”, disse o petista.

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lula