A presidente Dilma Rousseff fez nesta semana nova rodada de encontros políticos com aliados, ao receber lideranças do PDT e do PSD, em que tratou de eleições municipais e da relação com o Congresso até o final do ano.

Nas últimas semanas, Dilma teve reuniões com os principais líderes aliados e de seu partido, o PT. Mesmo mantendo o plano de se manter afastada das disputas eleitorais de outubro para não afetar a governabilidade de sua gestão, a presidente aproveitou a reta final para interferir na formação das alianças regionais em capitais consideradas problemáticas pelo PT.

“Ela é muito pragmática e faz política quando precisa fazer. Desta vez, foi a iminência das eleições”, disse um assessor, sob condição de anonimato.

Na terça, a presidente se encontrou com o presidente do PDT e ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi. O encontro, marcado a pedido de Lupi, tratou de eleições municipais e apoios políticos, de acordo com fontes do Planalto, que falaram sob condição de anonimato.

Na quinta-feira, foi a vez do presidente do PSD e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que apesar de ser aliado do candidato tucano à prefeitura de São Paulo José Serra, apoia o PT em um grande número de cidades do país.

Depois de se reunir com o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e com o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), Dilma negociou com o vice-presidente Michel Temer, liderança nacional do PMDB, a aliança em Belo Horizonte em torno da candidatura do petista Patrus Ananias.

Do outro lado, o atual prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda (PSB), concorre à reeleição com o apoio do senador Aécio Neves (PSDB), possível adversário de Dilma nas eleições presidenciais de 2014.

Além dos aliados, a presidente usou parte da agenda das últimas semanas para fazer afagos em seu próprio partido. Acertou a relação com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e jantou com toda a bancada petista no Congresso, aproveitando para tirar fotos com todos os candidatos a prefeito.

“Ela agiu agora para não precisar entrar em campo nas eleições, onde cabe à presidenta se guardar das maiores disputas”, disse à Reuters um ministro.

Segundo assessores, a presidente deve participar de poucas atividades de campanha. Uma cidade que é dada como certa é São Paulo, onde o ex-ministro da Educação Fernando Haddad concorre pelo PT com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.