Petistas exploram vinculação com chefe da Nação e se organizam para recebê-lo na terça-feira

Na semana em que os candidatos começaram a pedir votos em cadeia de rádio e televisão no horário eleitoral gratuito, o popular horário político, o governador André Puccinelli (PMDB), candidato à reeleição tentou pegar carona na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Logo em um dos primeiros programas, ele enalteceu o chefe da Nação a pretexto de agradecer a parceria estabelecida entre a União e Mato Grosso do Sul. Puccinelli, até agora, nem mencionou o nome de seu candidato oficial à presidência da República, o tucano José Serra, esquecido desde que a campanha começou.

Já o principal adversário Zeca do PT explorou o quanto pôde o posto de candidato oficial do presidente Lula ao governo de Mato Grosso do Sul. Entrelaçou sua história profissional, sindical e de militância política com a do presidente.

Zeca se prepara agora para receber o presidente na próxima terça-feira, dia 24. Os dois farão grande comício, em Campo Grande, ao lado de Dilma Rousseff a quem Lula deseja passar a chefia do País. Antes disso, o presidente e Dilma devem caminhar ao lado de Zeca no centro da Capital.

Lula pede votos para Dagoberto

O presidente, aliás, se tornou o principal cabo eleitoral da chapa de Zeca na TV. Na noite de sexta-feira, ele apareceu na telinha pedindo votos para o deputado federal e candidato ao Senado, Dagoberto Nogueira, do PDT.

Lula mencionou que é importante para um presidente ter nomes que o apóiem no Senado e ao final acrescentou. “Vote Dagoberto”. “Fiquei emocionado (…) ser o senador do Lula é muita responsabilidade”, disse.

Prefeito do PSDB declara voto em Dilma

Quem também declarou voto em Dagoberto nesta semana foi o prefeito de Terenos, Beto Pereira, do PSDB. Além de apoiar o candidato ao Senado no grupo adversário, Beto assumiu abertamente que apóia a petista Dilma Rousseff.

A escolha por Dagoberto se deve ao empenho do deputado para atrair recursos para obras e melhorias em Terenos. A decisão por Dilma teve motivos parecidos. “Ela representa o Lula que foi o presidente que mais contribuiu com Terenos”, justifica Beto que não teme qualquer retaliação por parte do PSDB.

Puccinelli invade tempo dos proporcionais na TV

Além de tentar carona na imagem de Lula, Puccinelli também invadiu o espaço do programa eleitoral dos candidatos a deputado estadual da Coligação “Amor, Trabalho e Fé” II e III. Falou durante 45 segundos sem mencionar o nome de nenhum dos candidatos.

A reação veio em seguida. Advogados da coligação “A força do povo”, liderada por Zeca do PT, entraram hoje no TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral) com oito representações contra a coligação “Amor, trabalho e fé” pelo uso de tempo do candidato majoritário na propaganda dos proporcionais no horário eleitoral gratuito.

Primeira-dama não escapa de investigação

Também nesta semana, o Ministério Público Federal recomendou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que Beth Puccinelli, esposa do governador deve ser investigada na denúncia do MPF contra o casal por enriquecimento ilícito e até lavagem de dinheiro.

O marido escapou porque é governador e os deputados estaduais não autorizaram a investigação, mas a primeira-dama, sem mandato vai enfrentar o processo. Eles são casados em regime de comunhão universal de bens.

O caso corre em segredo de justiça no STJ, mas no STF está disponível para consulta na íntegra sem restrições. Beth, como é conhecida a primeira dama de Mato Grosso do Sul, entrou com recurso para se livrar da investigação, mas o MPF já se manifestou contra o propósito.

O governador sul-mato-grossense teria omitido dados de seu patrimônio em 1996, quando disputou e venceu a eleição para prefeito de Campo Grande. Por trás das dúvidas acerca do suposto enriquecimento do casal Puccinelli, existe uma pilha de denúncias surgidas no período que o hoje governador, candidato à reeleição, era prefeito (1997-2003).